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Poesias-->UMA VISÃO DO FUTURO -- 14/10/2001 - 06:40 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quisera ser um ás.

Não um ás qualquer,

mas um ás suficientemente ás para impressionar,

não frios leitores do futuro,

que tentarão me decifrar

e ver que eu aqui estou,

porque, na realidade, eu aqui não estou,

mas além.

Posso garantir que seria um ás,

conscientemente ás.

Aliás, talvez, todavia, eu preferisse ser mesmo um ás,

que representasse papéis — mascaradamente —,

um cantor de ópera — tenor ou barítono, não importa —,

contanto que fosse de fama.;

um craque de futebol,

um ás do volante.

Poderia ser até professor universitário,

para fazer emoção no sonolento homem do século XX —

que só sente serenamente aquilo que lhe é apresentado.; jamais é capaz de sentir aquilo que ele mesmo é.

O homem que vejo foge de si mesmo,

tem medo da matéria que o oprime,

pavor do espírito que lhe diz verdades,

se não eternas, pelo menos morais.

O homem precisa tomar consciência de que deve procurar-se.

Ninguém,

ninguém,

ninguém, tudo vazio em torno de mim.

Se ouço uma palavra, volto-me,

ávido e já descrente,

pois não é uma pessoa que fala — é um

autômato incrivelmente mecânico.

O homem de hoje não tem perspectiva histórica,

não sabe ver.



Então, o bonde, o trem, o ônibus são bens da natureza?

O dever é necessidade natural?



Rompa o homem com o mundo que o oprime.;

quebre os laços da técnica.



Satélite artificial,

mas o homem não conhece nem a si mesmo.;

não sabe nem se é feliz na felicidade.;

já perdeu o sentido do amar.



Tomo uma condução — a pessoa do lado é um desconhecido que não quer se conhecer.

Dentro do mundo — passageiro do mesmo carro da existência — o homem perdeu a fala, emudeceu.

Uma garota formidável,

para ser apresentada

a um tipo bacana,

precisa de alguém,

porque o homem

já não tem perícia em se fazer um homem.

Se falo, riem-se de mim.

Se escrevo, nem tomam conhecimento.



Sou obrigado a me ilhar,

como se cada homem fosse apenas um homem!

Ó terrível condição atual,

até quando?



31.10.57.

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