Antes, corcel levava e trazia informação
Agora, o micro faz papel de cavalo
Antes, rédeas corrigiam equino na ação
Agora, rato plástico é que dá calo
Antes, vinte pequeninos caracteres bem combinados
Formando discursos sobre passado, para presente e futuro
Agora, imploram-nos para que sejam melhor tratados
De modo a celebrarem novo passado, e o discurso do puro
Antes, ajuntavam-se por meio de derramadas tintas de uma pena
Combinados careciam de secagens, proteção contra umidade
Agora, havendo tinta ou não, cor ou ausência dela desnuda cena
Havendo teclado, um processador, a tela e rato de qualidade
Antes, jorravam as idéias, a cântaros, uma fortuna incomensurável
Diante de tanta necessidade de evolução, de combate à ignorância
Agora, sobram escritos sobre fome, a miséria, a violência execrável
A repugnante e pífia maneira de tratar as massas, e a mendicância
Antes, coisa mais difícil era curar ferida com remédio magenta
Diante de tanta doença venérea, apanhadas nas casas de alto risco
Agora, qualquer micro dá receita quando alguém a serepenta
E qualquer pentelho mete bico onde não é chamado, como um cisco
[Com os cumprimentos do Tim, crente em tratados sobre desenvolvimento ambiental insustentável, curas com cartilagens de tubarões e pomada "Balena" para calo e cravo]
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