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Infantil-->Galo, eu pobre, mirrando. -- 11/06/2001 - 15:43 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A soberba assobia sempre a mesma música .E é a música que tem que ser facilmente reconhecida, a fim de que a primeira mascare a realidade, anos a fio. Essa música tem que ser de aceitação geral, geralmente um hino, e vir acompanhada de palavras de ordem, tais como: o pavilhão que adoramos é muito superior ao que acontece no interior desse pavilhão.
Só que o que acontece nesse pavilhão, ao longo dos anos, pode ser a paulatina formação de rachaduras. A proliferação de répteis venenosos. O sumiço de tesouros, troféus e outras peças conquistadas com a ajuda e a força de mecenas, interessados na lavagem de suas riquezas. Uma profanação contínua do templo principal. Decisões tomadas por cabeças trepanadas. Tudo sem que chegue à percepção da massa que adora esse pavilhão.
Esse pavilhão pode ser uma pequena, média ou grande família . Essa família pode ter membros que sejam irmãos de sangue. Parentes. Amigos. Ou, simplesmente, gente que optou por um credo. Um símbolo. Uma imagem. Ou um lugar de catarse comum. Lugar para ensinar aos seus filhos que, outrora, quando havia terreiros nas casas de seus pais, era imprescindível ter um galo forte, altaneiro, de preferência, carijó, espalhafatoso. Um desses que, a cada passo, em direção ao dia do cozimento final, dá duas cabeçadas no ar, evidenciando sua convicção de que é e será sempre o dono do galinheiro. Mesmo tendo matado a bicadas e esporas metálicas sua fiel companheira, que botava ovos de ouro. Mesmo tendo falecido o autor do hino que ele escutava todos os domingos, lá pelas seis da tarde.
É hora deste galo ficar sabendo que o dia da panela está chegando. É hora deste galo convencer-se da sua pequenez. E é hora dos pais desses filhos reconhecerem que não há mais terreiro em suas casas para que haja um galinheiro. Precisam mudar para outra cidade, compor um novo hino e construir uma nova casa, com terreiro próprio para galinheiro. E ter a sorte de achar uma nova galinha que bote ovos de ouro.
Quem perde com isso? A raposa, o coelho, o leão, o jacaré...Todos os bichos que visitavam esse galinheiro e voltavam satisfeitos para suas tocas, longe desse pavilhão e dessa família que, a cada dia, perde mais um membro.
O galo precisa ouvir diversas músicas, músicas simples, que lhe inspirem novas palavras de ordem, tais como: o pavilhão que adoramos é bem inferior ao que acontece no interior de outros pavilhões. O galo é de feito de "eu pobre" , e está mirrando cada vez mais. Nada tem de "eu rico" e algo que eu possa ficar mirando.
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