Eu sou um animal,
Que não se reproduz,
Não faço sexo carnal...
E vivo de sombra e luz!
Nada e ninguém pode me seduzir...
Nem mesmo um corpo desnudo...
Muito menos um elixir,
Ou, uma bebida sem canudo!
Só as palavras têm a capacidade...
De me seduzirem com seus rodeios...
Elas são espíritos e almas de verdade,
Que possuem curvas, nádegas e seios!
Sou um bicho lexossexual...
Pois não faço sexo carnal!
Só me relaciono com a poesia...
Num gozo cheio de harmonia!
As palavras me tocam lá...
No meu órgão em forma de “V”...
Porque elas sabem a hora “H”...
Do meu misterioso ponto “G”!
Eu sou um animal, totalmente, lexossexual...
Não quero intimidade com nenhum ser!
Só as palavras podem me tocar...
Num orgasmo cheio de prazer!
Eu, apenas, consigo me excitar...
Quando pego a caneta para escrever...
A poesia faz um “strepa-tease” pelo ar...
No clímax que dura até amanhecer.
Luciana do Rocio Mallon