Carnaval, monturo das ilusões,
loucura imensa da humanidade,
reflexo do impudor e da imoralidade
que está em nossos corações.
Vibração da multidão ensandecida,
que grita, ri, soluça e agoniza,
falaz repositório de aleijões
que mais e mais destrói e aniquiliza.
Brasil, povo romano em decadência,
fraco, vil, rasteiro e impuro,
que traz na boca o punhal do assassino,
mata-me, para que eu não sofra as tuas dores,
teus prédios de sangue e misérias feitos,
tua riqueza, uma mentira enorme.
30.12.57.
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