Usina de Letras
Usina de Letras
278 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62176 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Ao homem que cortou as minhas árvores -- 11/06/2007 - 09:28 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao homem que cortou as minhas árvores
Maria da Graça Almeida

Infeliz abatedor
de árvores saudáveis,
a despeito de sua insensatez,
meu pomar reviveu!
As árvores brotaram novamente,
mais fortes e frondosas,
com flores mais perfumadas,
com frutos mais refrescantes.

Inconseqüente homem-serra,
em pouco tempo dar-se-á conta
de que pelo gesto insano e egoísta
você mesmo foi o grande lesado.

Hoje os braços lhe doem
pelos esforços do desserviço;
suas mãos sangram, contundidas
pela própria arma da devastação.
Impediu-se às delicias do fruto maduro
negou-se aos prazeres da sombra fresca.

Pobre homem-machado,
minha vegetação renasceu sadia
e sua amargura, esta, bem sei,
aumenta. E adoece-o, dia por dia...

E os dias são infindáveis...
e se nem isso o intimida,
o mal que lhe desejo
é que seja o detentor
da mais alongada vida,
para ardentemente sonhar
com o fruto cuja doçura
e com a sombra cujo frescor
nunca mais desfrutará!

Pobre homem-tesoura,
ontem senti pena de mim;
hoje, sinto de você,
que cortou as próprias penas,
que mutilou as próprias asas...

////////////////////////////////////////////
O homem que cortou as minhas árvores
maria da graça almeida

O homem que cortou as minhas árvores
não se ocupou do esforço da semente,
da extensão da raiz, da magnitude dos galhos,
da expressão das folhas, do propósito do fruto.

O homem que cortou as minhas árvores
não cuidou da semeadura.
Para o aprendizado ou o treino do plantio
é necessário curvar e quedar-se rente ao chão.
Nem todos estão dispostos a tal submissão.

A construção requer cuidado e responsabilidade.
A destruição é simples, basta uma palavra...
ou uma assinatura, um olhar, um gesto, um empurrão.

O homem que cortou as minhas árvores não sabe
dos sacrifícios do crescimento, das penas do amadurecimento,
das perdas do envelhecimento, das dores do sepultamento.

O homem que cortou as minhas árvores
desconhece do tempo os prejuízos, os benefícios
e ingênuo ou desavisado
na chegada ou na partida
julga que jamais provará das urgências da vida.

-------------------------------------------------
Não só digo do homem que praticou a ação,
refiro-me também àquele que se dispôs
a colocar-lhe às mãos o instrumento da devastação.








Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui