Os carismáticos cometem heresia em relação ao Pai e ao Filho, por adorarem o Espírito Santo – dizia certo sacerdote - mas Nazianzeno retrucou: “Se o Espírito Santo não deve ser adorado, como é que ele me diviniza pelo batismo? E, se ele deve ser adorado, não deve ser objeto de um culto particular?” (CIC § 2670) Paulo, relembrando sua missão apostólica, ensina:
“Enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de modo totalmente humano? Quando entre vós um diz: ‘Eu sou das Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs)’ o outro: ‘Eu sou da Renovação Carismática Católica (RCC)’, ou “Eu sou Católico.” E o outro diz: ‘Eu sou Batista.’ Não é isso um modo de pensar totalmente humano? Pois que é a CEBs ? E que é a RCC? Que é a Igreja Católica? Que é a Batista? Senão simples instrumentos com os quais trabalhamos para o Reino de Deus, e isso conforme a medida que o Senhor repartiu a cada um deles. Que é Apolo? E que é Paulo? Simples servos por cujo intermédio abraçastes a fé. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer. (ICor 3,2-7)
João pediu a palavra para narrar o encontro de Filipe com Natanael:
Jesus tinha a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: “Segue-me”. Filipe era natural de Betsaida (cidade de André e Pedro). Filipe encontra Natanael e diz-lhe: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José.” Respondeu-lhe Natanael: “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré? Filipe retrucou: “Vem e vê.’ (João 1,43-46)
As palavras de Natanael ressoaram em minha mente, lembrando o questionamento daquele sacerdote: “Pode, porventura, vir coisa boa dos Estados Unidos?” Mas Filipe prontamente responde: “Vem e vê.”
Como reconhecer, então, se uma obra vem de Deus ou do inimigo? Não é tão simples entender de quem procede a obra, a moção, a sugestão ou que for. O primeiro passo é examinar os frutos já produzidos, ou os que serão gerados caso façamos nossa adesão a este ou àquele projeto de vida, a esta ou àquela missão, ou submeter tudo ao discernimento dos espíritos por meio da prática de oração. Pode-se perguntar direto a Deus, mas antes convém orar. A oração inicial é como nosso bom-dia: deve anteceder qualquer conversa entre as pessoas.