Caríssimo João,
Ontem percebi que você está bem melhor, mais animado, e suas pernas já estão mais obedientes, tanto que você até esqueceu a bengala aqui. Estou usando-a para apagar a luz do meu escritório. Vejo que ela não é branca, apesar de você não enxergar quase nada e, com muita razão, ela não é de estoque, pois você nunca foi de briga.
A que comprei no Paraguai já quebrou. Era branca e de estoque. Fiquei com a que comprei em Caxambu, lá perto das termas. É de madeira-branca. Mas dispenso-a também, por colher agora os benefícios da minha dieta planejada e do ritual da cura com água.
Para quem desistiu de cirurgia da coluna, já com o pré-cirúrgico na mão, foi uma ótima troca. Mas a bengala me ajudou, aliviou-me quando precisei ficar de pé, fui mais considerado pelos mais jovens, até pelas aeromoças, ao subir e descer a escada do avião, quando fui pescar lá no Rio São Francisco.
A barra do Chicão com o Rio Pardo, as ilhas, desde a Melona até a do Vassoural, e a Barreira dos Índios continuam lindas como sempre. Deixei de entrar no Sussuarão porque o medo do enraizado nos meus pés foi enorme. Mas aquele luar de bola cinco em noite cruzeirense é que deixa a gente cleberizado, como aquele que você viu lá há mais tempo.
Quando eu voltar lá, meu barco ficará com uma carga mais leve, pois dos vinte e seis que quero já perdi dezesseis. Quando eu chegar nos 67 de peso, engraçado, acho que completarei 67 de outro tipo de peso, se for lá pra agosto.
Usufruindo deste computador, com a dadivosa "aquiescência" do autor, preferi a carta, em lugar do e-mail, porque ele já tem até valor calculado no site www.usinadeletras.com.br. É só clicar em valor do e-mail pra você comprovar.
Levo sua bengala na próxima quarta, depois da minha segunda aula de violão.
Até lá.
Com os cumprimentos de
Thym Ido,
crente em suportes eletrônicos para colunas,
filho de desvios D-6 com D-20,
e servo de dietas físicas e mentais.

Dear João,
Yesterday I noticed that you are much better, more lively, and your legs are already more obedient, so much that until you forgot the cane here. I am using it to turn off the light of my office. I see that it is not white, in spite of you not to see almost anything and, with a lot of reason, it is not of stock, because you never wer e a troublemaker.
The one that I bought in Paraguay is broke already. It was white and of stock. I was with the one that bought in Caxambu, there close to the termas. It is of wood-white. But I spare her also, for picking the benefits of my planned dietnow and of the ritual of the cura com água.
For who gave up surgery of the column, already with the pré-surgical in the hand, it was a great change. But the cane helped me, it relieved me when I needed to go on foot, I went more considered by the more youths, even for the stewardesses, when arising and to go down the stairway of the airplane, when I went to fish there in Rio São Francisco.
The bar of Chicão with the Rio Pardo, the islands, from Melona till the Vassoural, and the Barrier of the Indians, all of them continue beautiful as always. I stopped entering in Sussuarão because the fear of the taken root in my feet was enormous. But that moonlight of ball number five in night of the Cruzeiro S.C. is that you leaves us "cleverizados", as that that you saw there, there is more time.
When I return there, my boat will be with a lighter load, because of the twenty-six that I want I already lost sixteen. When I arrive in the 67 of weight, funny, I think I will complete 67 of another weight type, if it goes there for August.
Enjoying this computer, with the author´s generous "consent", I preferred the letter, instead of the e-mail, because they already has even value made calculations in the site www.usinadeletras.com.br. You can just to click in value of the e-mailfor you to prove it.
I take your cane and bring it to you next Wednesday, after my second guitar class.
There.
With the greetings of
Thym Ido,
believer in electronic supports for columns,
son of deviations D-6 and D-20,
and servant of physical and mental diets.