Quando nasci, cheguei meio sem noção da futura realidade que iria me cercar. De pequeno, auxiliei muito na sacristia e já me imaginava um sacerdote, com dotes e habilidades de uma divulgador da fé cristã. Mas fui barrado por ter uma mácula rejeitada pela sociedade "cristã". Bom de bola, nunca fui e fazer projeções sendo possuidor de perna de pau, não tinha cabimento. Mas tinha um sonho que fora triturado pelo moinho da vida: o sacerdócio. Ahhhh .... Como eu achava tudo aquilo bonito... Paz celestial na Terra, humanidade em comunhão que demorou um pouco pra perceber que se tratava de uma mera formalidade religiosa. Fui cuspido pelos escareia que a vida me lançou ao longe daquele sonho. Quando jovem garotão, me sentia um fora da lei isso porque nunca fora um excelente aluno que despertasse a pupila do mestre. Rejeitado por mim, lancei a responsabilidade de tal rejeição à família que apenas cumpriu a obrigação procriadora de um sujeito surreal que se sentia então, colocado à margem do rio. Rio esse que me deu muita coisa boa, entre elas, a filhota Dany de temperamento igual ao meu. Minha pupila abençoada pelo amor insondável de um pai coruja. O que desejo e assisti-la com olhos de um pai fã agora é sempre por toda a eternidade.
