Quando menino, adorava andar em carro de boi e amava ouvir aquele som das rodas. À frente iam quatro animais. O tempo que levava era de hora e meia até encontrar um açude que pudesse encher os baldes de água e depois dar início a disputa do melhor nado. A criançada ficava eufórica e eu, mais ainda. Quando dava a hora para retornar, pegávamos uma estrada de barro que dava acesso a uma estação de trem, nossa segunda parada de alegria. Subíamos os vagões para experimentar o melado que escorria das brechas enferrujadas. Era uma delícia! Depois de nós empanturrarmos, subíamos novamente no carro de boi e seguíamos cantando Asa Branca. Já em casa, levávamos os baldes até o quintal para onde seriam as roupas lavadas.
À noite, na hora do jantar havia cuscuz, tapioca bem quentinhos e depois vinha a hora de agradecer o pão e o dom da vida no meu sertão.