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Cartas-->NÃO EXISTE MORADOR DE RUA -- 14/11/2008 - 18:48 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NÃO EXISTE MORADOR DE RUA

Fiquei observando as pessoas que moram na rua com seus problemas, seus abandonos e encontros.
Uma grande multidão é dono de nada porque a vida lhes tirou tudo.
Ou melhor, estes “donos do mundo” não sabem o que é viver, porque a sociedade tirou até a sua dignidade.
“Todo cidadão tem direito à moradia digna”.
Isto é lei.
Está na constituição que deveria ser rasgada.
Quem se preocupa com estes brasileiros sem identidade?
Algumas instituições de caridade e alguns anjos que habitam a terra lutam pelos direitos destes deserdados que deveriam ser amparados pelo governo.
Como o estado é omisso e cada vez mais quer um povo dependente de esmolas, os moradores do mundo vão se instalando aonde houver um espaço vazio.
E o vazio aumenta na alma de quem se sente sozinho na multidão,
A fome que machuca.
A indiferença que maltrata.
O abandono que isola.
Parece que até o próprio Deus não se interessa por suas vidas.
Mas Ele se faz presente nas vidas que se multiplicam em partos doloridos e concepção sem querer e saber.
E o milagre acontece quando no meio desta gente surge um iluminado que consegue sair do mundo de ninguém.
Muitas vezes o milagre não se completa.
Muitos, em pouco tempo são tragados pela nova sociedade e facilmente apagam da memória os dias e as pessoas de nada.
Em contra partida sempre aparece um destes iluminados que conseguiu dar a volta por cima e faz a diferença ao dar sua contribuição para que o número dos deserdados da sociedade diminua.
Uma minoria quer viver como errante.
Afinal desde a criação do mundo os nômades eram visto nos quatro cantos da terra.
A grande maioria deseja ardentemente fincar raízes em algum lugar.
Ser dono de tudo e de nada, não ter motivo para olhar para trás e nenhuma perspectiva para olhar para frente muitas vezes faz o ser humano se tornar irracional.
E muitos os chamam de vagabundos.
E muitos os chamam de marginais.
Ninguém quer ir ao cerne da causa que joga na sarjeta os deserdados do destino enquanto a riqueza do país vai para os bolsos de uma minoria por causa da inércia da justiça que não quer estancar a corrupção.
Que começa sempre onde o braço da lei é impedido de entrar, dentro dos gabinetes acarpetados ao redor de grandes mesas de reunião onde o destino do povo é mera mercadoria de troca.
Precisamos lutar.
Precisamos de paz.
E a paz tão almejada por todos só será alcançada quando nenhum ser humano tiver que se levantar de manhã sem coisa alguma para lembrar, sem um lugar para ir ou um lugar para ficar.
Não existe morador de rua.
Rua não é casa e viaduto e ponte não são quartos e nem sala e cozinha.
Estes nossos irmãos na verdade são prisioneiros da ganância de poucos e da conivência de muitos.
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