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Cartas-->O rio e o sapato -- 01/02/2002 - 14:27 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Medo

Às vezes,
o medo nos impulsiona,
às vezes nos paralisa.
Às vezes nos movimenta,
às vezes nos cristaliza!

Fico indignada!

Por conta do medo,
quantas medidas impensadas,
quantas oportunidades
desperdiçadas...


(Como é fácil
fingir indignação!
Até parece que
não tenho medo.
Tenho tanto medo,
que até tenho medo
do medo que tenho)

O Rio e o Sapato

Presto, seguia o riacho e preso na água levava
um velho e roto sapato, que indefeso indagava:
- Aonde me leva, ó amigo, nestes tão aquosos passos?
- Para o mar, levo-o comigo e o entrego em seu regaço.
Ser-lhe-á gloriosa marca sepultar-se em águas fartas!
- Constranjo-me em declinar, mas não sigo em seu encalço,
posto que em algum lugar já deixei um pé descalço.
- Dê-me mais algum motivo, assim com você não brigo,
pois sempre o tive comigo, feito um dileto amigo!
O sapato, ao riacho, disposto, explicou com jeito e gosto:
- Já pisei as gramas verdes, calçadas frias, molhadas, estradas empoeiradas;
andei entre animais, esmaguei flores e frutos,
em diferentes quintais;
freqüentei grandes escolas, joguei más e boas bolas,esfolando bico e sola;
chutei com dó pedras, latas e, dançando em pés de valsa,desfiz mil barras de calças...
Só me resta conquistar um repouso merecido,
estou velho, alquebrado, temo o desconhecido!

O riacho, pelo trajeto, repetia circunspecto:
- Ser-lhe-á gloriosa marca, sepultar-se em águas fartas...
E ao longo do caminho, rumo ao molhado destino,
iam os dois discutindo, tais quais pequenos meninos!

Quase findando a viagem, o rio afinal se irritou:
- Se não julga ser vantagem
conhecer outras paragens, então, fique, adeus... já vou...
E seguindo em água e mágoa,
desistiu do velho amigo que, por acomodação,
dispôs-se à pior opção!

O sapato ao ver o mar, tão sereno, a descansar,
pôs-se mudo a matutar o valor da negação
e, por fim, arrependeu-se pela errônea decisão.
Jogado num solo quente, concluiu, incontinente,
que, temendo o desafio e não atendendo ao rio,
fora tolo e resistente!
E assim perdeu, o sapato, a glória de se deitar,
pra sempre, na realeza das profundezas do mar!





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