Protesto da Batatinha da Poesia
Eu sou a batatinha da poesia ...
Com tradição e magia !
Mas , saí do meu sossegado lugar ...
Somente para protestar ...
Contra aquele versinho tradicional ,
Que ainda me causa muito mal :
“ Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão ...
Menininha quando dorme põe a mão no coração ! “
Quando eu nasço , não me esparramo pelo solo ...
Eu desfilo com elegância , ao mesmo tempo , que consolo
A fértil , macia , suave , tenra e fofa terra ,
Que se assusta com a tempestade de primavera !
Quando eu nasço , ganho a cor do Sol ...
Sendo recebida pelo canto do rouxinol !
Quando eu nasço , não me esparramo pelo quintal ...
Eu bailo de um jeito especial e fenomenal !
Assim , toda a plantação vira uma passarela ...
Para ver o nascimento desta batata bela !
Eu sou a batatinha da poesia ...
Com tradição e magia !
Mas , saí do meu sossegado lugar ...
Somente para protestar ...
Contra aquele versinho tradicional ,
Que ainda me causa muito mal :
“ Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão ...
Menininha quando dorme põe a mão no coração ! “
Quando eu nasço , não me esparramo pelo terreno ...
Eu flutuo , desfilando , de um jeito sereno ...
Entre o Sol dourado e o sereno moreno !
Se esparramar pelo chão é coisa de vegetal mal – educado ...
O meu espírito tem etiqueta com um nobre tom dourado .
Luciana do Rocio Mallon .
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