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Contos-->Futuro que Nos Prometemos -- 07/11/2001 - 13:53 (Poeta Maldito) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De acordo com aquela mulher, meu futuro seria cheio de alegrias e o dinheiro nunca me faltaria e um certo entusiasmo me levantaria toda manhã. De certo ela errou em quase tudo menos em uma coisa.
Era um dia como qualquer outro. Estava chateado com o rumo que eu tomara na vida. Havia dois anos que eu havia me formado na faculdade e no entanto ainda não tinha utilizado meus conhecimentos que adquiri em todos aqueles anos. Havia me formado como médico e trabalhava num tribunal e o máximo de meus conhecimentos que eu era requisitado era para dizer sobre colesterol e os efeitos do álcool. Eu me sentia um nada. Ganhava dois mil reais por mês, tinha um ótimo carro, uma bela casa e uma alma vazia. Enquanto eu assistia à merda da televisão comia uma comida podre, assim como tudo que entrava por mim. Tudo me desistimulava e me fazia acreditar que o que me faria feliz seria um bom tiro pela boca. Se me falassem de trabalho meus pensamentos eram invadidos por torturas de todo tipo e me lembro que todos achavam o mesmo de seus trabalhos. Mas essa era a única semelhança entre nós. Essas pessoas com quem conversava todas tinham um sonho muito parecido: tornar-se ricas e assim poderem comprar a felicidade em uma loja qualquer.
Eu queria trabalhar no que me daria prazer, no que eu era curioso. Eu me perguntava: Por que eu ainda não arrumara trabalho como médico? Eu me sentia preso a esse pensamento. Por que? Sonhos invadiam minha mente durante a noite. Um deles eu me lembro com detalhes. Foi este o último. Eu andava pela rua e ninguém tinha olhos e bocas. Eu sabia onde estava mas me sentia perdido. Perguntava para as pessoas sobre o que estava acontecendo mas elas não podiam responder, elas trombariam em mim se eu não me desviasse. Todos estavam com muita pressa mas também estavam perdidas, ou melhor elas sabiam aonde ir mas não conseguiam chegar pois eram cegas e mudas. Quando então eu percebi isto tentei ajudá-las. Mas nenhuma quis minha ajuda e de repente essas pessoas começaram a me bater. Me prenderam num círculo e começaram a me espancar. Eu gritava: Só quero ajudar! Eu sou médico! Só quero ajudar! E quanto mais eu gritava isso mais elas me batiam. Foi então que eu acordei e fiquei assustado comigo mesmo. Eu acordei me batendo e gritando: eu não quero ajudar! Algo de contraditório acontecia comigo e aquilo me despertou curiosidade. Neste dia, como qualquer outro, eu passei pela porta de uma livraria e como sempre lá estava a sua dona. Neste dia eu parei e adentrei o recinto. Algo de diferente aconteceu comigo naquele instante. Eu vi um livro de poesias e comecei a lê-lo. A vendedora me perguntou se gostaria de levá-lo. Eu consegui dizer: sim, será esse, e entreguei-a o livro. Ela o pegou de minha mão e disse: elas mudaram sua vida, a leitura lhe multiplicará as alegrias e seus bens e lhe fará acordar entusiasmado toda manhã. Depois disso ela me sorriu. Ainda pensando no que havia acontecido, entrei no meu carro. Continuei pensando no trabalho e, tudo que vinha a mente eram versos. E pela primeira vez eu consegui me revelar.
Ainda não sei de onde veio o está-lo. Mas como disse anteriormente uma coisa aquela mulher acertou de meu futuro. Larguei meu trabalho e cada manhã eu acordo entusiasmado em poder saber cada vez mais o que se passa pelos nossos sentimentos. Me transformei em um escritor.
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