Será que a pena de morte é a solução para acabar com a criminalidade, com a violência?
Talvez seja, mas com ela muitos problemas irão surgir, como por exemplo: O que será das pessoas presas inocentemente? O Estado poderá libertá-las a tempo, antes de serem executadas de forma desumana, em nome de uma justiça tão cruel e injusta? Como este mesmo Estado indenizará as famílias dos inocentes mortos? Com dinheiro, o vil papel que corre pelo mundo, comprando tudo e todos? Será que a vida de uma pessoa pode ser trocada simplesmente por um papel?
Sabemos que muitas pessoas não dão importância à liberdade, vão presas mais de três vezes e ainda insistem no erro. Mas isso seria motivo para que a pena de morte fosse utilizada em massa?
Os Estados Unidos, por exemplo, adotaram a pena de morte e nem assim acabaram com a violência. Foram 85 executados no ano passado e há mais de 142 aguardando sentença favorável no corredor da morte...E os números da violência, pelo menos nos principais Estados da Federação, estão em via ascendente, o que representa, em tese, a fragilidade da proposta levantada pelos moralistas de plantão, que defendem a Pena de Morte como o único recurso capaz de devolver a paz aos seios das sociedades dominadas pelo banditismo.
Acabar com a violência é uma tarefa difícil, porque não depende da pena de morte e sim da conscientização de cada um...
No Brasil há uma ala que defende a implantação da pena de morte para coibir a violência, que foge dos trilhos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda que este método seja praticado apenas em crimes considerados hediondos, quem garante que a Justiça Brasileira não vá errar em algum veredicto e condenar um inocente à morte?
E a sociedade brasileira, como reagiria à instalação deste sistema de punição? Com certeza, muitas famílias iriam se revoltar e provocar manifestações que poderiam resultar em mais mortes...
Ninguém é contra a extensão das penas - hoje limitadas a trinta anos de reclusão - àqueles que cometerem crimes graves, agora, tirar a vida de alguém, ainda que este tenha praticado um genocídio, não é função do Estado, afinal, se o fizer, estará sendo tão criminoso quanto o réu a que condenou à morte...
Por isso, ao estabelecer a “pena de morte”, as autoridades devem pensar muito bem, porque as conseqüências serão muito piores...
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