Meu canto Nordestino
Nasci no meio da caatinga, sobrevivi aos primeiros anos de vida com as condições precárias em que vivem uma família sertaneja. Aprendi desde cedo que as oportunidades não nascem para todos, mas todos têm o dom de vivo estar, embora em condições não igualitárias e assim, desde cedo você é colocado sempre à prova no viver e no entender o que se passa à volta. Compreender que desde pequeno, você nasce sob condições inóspitas e incorporar isso como um desafio diário onde conflitos fazem parte e gerenciar crises, tornam você um vencedor. Vence dor das dores em doses diárias e sutis sob a vestimenta de uma instituição familiar, social, económica e cultural que transmitem, aplicam e impõem condições na maioria das circunstàncias, não acertadas com o senso de bons critérios. Então, aprendi no meu canto a cantar um canto nordestino de uma andorinha que resolveu enfrentar o sol escaldante do Sertão e levantar vóo. Enfrentou vários momentos históricos, e chegou até Brasília pra de lá, lançar esperança ao canto nordestino já tão desencantado. Fez o canto ganhar voz alta e gritar "liberdade, abre as asas sobre nós!"
Padre Bidião |
