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Textos_Religiosos-->Lívre arbítrio -- 01/03/2009 - 21:53 (Ricardo Barreto Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


----- Original Message -----

From: P

To: Painho

Sent: Thursday, February 19, 2009 12:26 AM

Subject: vivendo e aprendendo





pai,



acho que falta o senhor aprender a aceitar as escolhas e decisoes das outras pessoas, principalmente se essa escolha na faz mal a ninguem.

o senhor nao tem o direito de impor suas ideias, cada individuo tem direito a fazer o que quiser da sua vida.

ja tem 3 anos que o senhor tenta me convencer sobre suas ideias de religiao, mas sua didatica nao è boa e nao esta funcionado, e sinceramente, eu nao quero mais discutir isso com o senhor, pq me nao me faz bem.

o senhor preciso de 40 anos para entender, talvez eu precise de mais, mas nao sera o senhor que vai mudar minha cabeca. eu vou descobrir o caminho sozinha. vou lembrar das suas palavras e poderemos conversar sobre quando tempo eu passei alienada, ou quanto tempo o senhor passou errado.

enfim por favor, nao conversa mais esse assunto comigo e nem com newton. eu quero falar de coisas boas e nao ficar discutindo os problemas do mundo como politica e religiao. deixe esse tipo de conversa para renata e andre :D

deixe para falar as futilidades comigo como de costume ;)

vou continuar amando-o da mesma forma!



bjss

P.



Oi P:

Soh comecei a falar de religiao depois de vc comecar a frequentar a igreja episcopal e comecar a falar comigo sobre os assuntos que discutiam nos cultos e a trazer apostilas para eu dar a minha opiniao. Ateh fui assistir a um culto para entender melhor o que vc falava.

Eu apenas procuro ser o mais sincero possivel como sempre procurei ser com vc e com R.

Tambem amo vc da mesma forma e nao quero forcar vc a nada. Cada um escolhe o caminho que acha melhor. Eu soh discutirei algum assunto se vc comecar a falar primeiro. Faca como Y, quando eu comeco a falar sobre religiao ela muda de assunto. Ela diz que estah se sentindo muito bem acreditando e nao quer mudar suas ideias mesmo que, por acaso, eu esteja certo. E nos vivemos muito bem assim, sem complicacoes.

Eu nao sei se estou certo ou estou errado, apenas me recuso a acreditar em coisas que nao tenham um evidencia clara ou nao tenham algum sentido logico para mim, ou nao sejam afirmadas por pessoas em que eu deposite absoluta confianca.

Eu soh queria saber se no seu grupo de oracao a maioria dos participantes eh de canadenses e se vc vc tah conseguindo se introsar com os nativos.

Bjs.:

Painho.



Oi pai,

o grupo é só de brasileiros. nao tem nenhum canadense.

quem tocou no assunto ontem foi o sr que perguntou como estava o grupo e depois ainda perguntou se N frequentava. foi o sr que provocou :p

politica e religiao sao coisas que nao se discutem :D

bjsss:

P.



Oi P:

Concordo que não devemos discutir, mas refletir sobre religiao e politica, afinal o que vc est ah fazendo nessas reunioes das sexta-feiras senao refletindo?

Como eu falei eu soh queria saber quem frenquentava essas reunioes para saber se havia canadenses.

Nao estava querendo impor minhas ideias a vc, estava apenas querendo evitar que vc perdesse tanto tempo quanto o que eu perdi buscando explicacoes para coisas que eu nao entendia. Mas cada um tem achar seu caminho e em seu ritmo proprio, nao adianta querer ensinar atalhos.

Confio no seu bom senso e na sua capacidade de raciocinio. Talvez vc esteja certa e eu errado, quem sabe? Voltaremos a tocar no assunto daqui a dez anos e veremos quem mudou de pensamento, se eu ou vc. Até lá continuaremos nos querendo bem e desejando o melhor um ao outro.

Eu procurarei seguir os novos mandamentos que refletem melhor a minha maneira de pensar:



OS NOVOS MANDAMENTOS

I - Não faça aos outros aquilo que não quer que façam com você.

II - Em todas as ocasiões faça de tudo para não provocar o mal.

III - Trate os outros seres humanos, as outras criaturas e o mundo em geral com amor, honestidade, dignidade e respeito.

IV - Não ignore o mal nem evite administrar a justiça, mas sempre esteja disposto a perdoar erros que tenham sido reconhecidos por livre e espontânea vontade e lamentados com honestidade.

V - Viva a vida com um sentimento de alegria e deslumbramento.

VI - Sempre tente aprender algo de novo.

VII - Ponha todas as coisas à prova; sempre compare suas idéias com os fatos, e esteja disposto a descartar mesmo a crença mais profunda se ela não se adequar a eles.

VIII – Questione tudo, até ficar totalmente convencido.

IX - Não doutrine seus filhos. Estimule-os a pensar por si mesmos, a avaliar as propostas e a discordar de você quando pensarem diferente.

X - Seja um hedonista ético.

Adaptado do livro:

“Deus, um delírio” de Richard Dawkins

Cia das Letras – 2006



LIVRE ARBÍTRIO

Estou feliz por ter uma filha que não fuma, não bebe e não é viciada em drogas.

Estou feliz por ter uma filha que tem um bom emprego, se comunica em mais de um idioma, viaja e se diverte sempre que pode.

Estou feliz por ter uma filha que pauta sua vida pela honestidade e pela ética.

Estou feliz por ter uma filha carinhosa e que, mesmo com muitos afazeres, nunca deixa amigos e familiares sem notícias suas.

A única coisa que me deixa triste é o tempo e energia que ela gasta com religião.

Que mal a religião pode fazer a ela?

Até hoje, segundo ela, a religião só lhe fez bem; deu sentido à sua vida quando ela estava confusa, deu-lhe confiança quando ela estava perdendo as esperanças, deu-lhe coragem para enfrentar desafios longe dos amigos, dos familiares e da pátria. E continua dando forças a ela para superar com paciência e tolerância, aceitando com humildade e serenidade, os revezes que a vida vier a lhe proporcionar.

O que me deixa triste também é ver que ela transfere para uma entidade sobrenatural feitos que são próprios da sua própria iniciativa, inteligência, coragem, força de vontade e determinação.

Tudo bem que esta crença ajudou-a servindo de amparo nas horas em que ela fraquejava, mas me preocupo que, o que era apenas um amparo, se transforme em uma coisa maior e ela passe a ver tudo através da lente da religião. Que ela não descubra que só temos que prestar contas das nossas ações, em primeiro lugar, à consciência que desenvolvemos ao longo de milhares de anos de evolução. E em segundo lugar à sociedade que construímos para proporcionar segurança e bem estar para todos. Que ela deixe de enxergar o mundo como ele é, em evolução permanente girando e se deslocando a uma velocidade fantástica em direção ao infinito.

Não consigo entender como tantas pessoas acreditam em tantas coisas sem sentido, sem evidência, sem comprovação científica e que não resiste à mínima análise histórica ou reflexão lógica.

Quanto mais questionamos a fé destas pessoas, mais elas se agarram a elas, como medo de perdê-las. Elas não querem deixar de acreditar, mesmo que tudo indique que creem numa fantasia. Não querem assumir a responsabilidade por seus sucessos e fracassos, preferindo atribuí-los a uma inteligência superior. Não entendem que a inteligência superior que orienta nossas vidas, para o bem ou para o mal, somos nós mesmos.

Já não consigo comunicar-me com a minha filha, ela preocupada com a minha alma e eu preocupado que o inconsciente dela seja aprisionado por teorias inibidoras do seu potencial de pensar livremente.

Se eu não falar nada, ela irá cada vez mais se convertendo, acreditando em tudo que disserem e seguindo cegamente todas as orientações dos sacerdotes da sua religião, sem opinião, idéias e vontade própria, vulnerável a qualquer tipo de doutrinação.

Se eu falar ela poderá continuar vendo-me como um anjo mau que quer desviá-la do caminho da salvação.

Ela se reúne todas as sextas-feiras com outras pessoas em um “grupo de oração” para rezar, cantar músicas de louvor e “refletir” sobre alguma passagem bíblica.

Será que eles refletem mesmo e são capazes de aceitar opiniões discordantes ou só valorizam quem acredite, sem questionamentos, em tudo que está escrito na bíblia?

Ou será que eles são apenas um grupo de pessoas emocionalmente carentes procurando reforçar a fé que não resiste a uma reflexão isenta e sem precondições?

Todos temos direito ao livre arbítrio, de fazer da vida o que acharmos melhor, mas se um pai acredita que um filho está seguindo por um caminho que pode vir a prejudicá-lo de alguma maneira, não tem este pai obrigação de procurar abrir os olhos deste filho?

Eu amo a minha filha e não quero perdê-la. O que devo fazer?

Campina Grande, 20/02/09.



Oi R:

Aí estão minhas reflexões sobre P.

Vc acha que devo enviar para ela, colocar no blog, ou simplesmente esquecer o assunto e deixar que ela encontre sozinha o seu próprio caminho?

Bjs.:

Painho.



Oi velhinho,

Fiz algumas alterações no texto para que fique melhor. Veja lá:

"Estou feliz por ter uma filha que não fuma, não bebe e não é viciada em drogas.

Estou feliz por ter uma filha que tem um bom emprego, se comunica em mais de um idioma, viaja e se diverte sempre que pode.

Estou feliz por ter uma filha que pauta sua vida pela honestidade e pela ética.

Estou feliz por ter uma filha carinhosa e que, mesmo com muitos afazeres, nunca deixa amigos e familiares sem notícias suas.

Eu amo a minha filha e não quero perdê-la. O que devo fazer?"

Eu só apoio o sr mandar o texto se for com estas alterações. Se não, não mande. Deixe-a seguir o caminho dela. O que o sr. tinha para falar sobre isto já disse. Deixe-a, talvez ela esteja certa. Se o sr. realmente é um cientista, tem que aceitar a possibilidade da idéia oposta estar certa!



R.



Ok Renata:

Gostei das modificações que vc fez, resumiram fielmente o que eu queria dizer,:D.

Y concordou com as modificações, assina embaixo e manda lhe dizer que vc é "TAMPA DE CRUSH".

Vou recolher-me à minha insignificância, deixar o tempo correr e torcer para que eu esteja errado e que ela seja muito feliz com o caminho que ela escolheu.

O chato é que eu adoro uma polêmica e agora com quem vou discutir?

Y está lendo o velho testamento e me conta tudo que lê. Já estou conhecendo a história de Abraão e das 12 tribos de Israel. Nem Paulo Coelho escreve tão bem quanto quem escreveu essas histórias.

Bjs.:

Painho



Para: P e R:

De: Painho



Estou feliz por ter duas filhas que não fumam, não bebem e não são viciadas em drogas.

Estou feliz por ter duas filhas que têm bons empregos, se comunicam em mais de um idioma, viajam e se divertem sempre que podem.

Estou feliz por ter duas filhas que pautam suas vidas pela honestidade e pela ética.

Estou feliz por ter duas filhas carinhosas e que, mesmo com muitos afazeres, nunca deixam amigos e familiares sem notícias delas.

Eu amo minhas filhas e desejo com todas as minhas forças que ela sejam felizes nos caminhos que escolheram.



Ricardo.

Recife, 28/02/09.

 


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