Vóo
Arremeto novamente num plano de vóo meticulosamente calculado nas máquinas mortíferas que me distanciam de qualquer objeto inadequado pela lei natural. O olho da águia à espreita, espeta com sua garra minha nobre jugular tão singular que se esvai num líquido encarnado que lava a sujeira humana. Lá de cima, vi infinitos elementos numa desordem organizada pelo critério da simplicidade humananimal e pergunto: "que mal fiz para ser julgado por critérios farisaicos arcaicos?" Umdecem meus lábios com vinagre e deliro num último suspiro de amargor na pele da flor em nervos exaltados. Sinto um sobressalto e desconfio de minha existência sem assistência que fez -me então pensar na imortalidade com morte definida ao que me é humanitário. Presencio guerras egoicas de etnias diversas numa caldeirada de emoções em meio aos moções geográficos e concluo o plano de vóo involuntariamente.
Marcos Alexandre Martins Palmeira |