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Cartas-->Diário de afetos X -- 16/01/2013 - 09:48 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ato de escrever um diário parece superficialmente algo muito individual, e colocá-lo ao domínio publico pode parecer também como se houvesse certa pavonice subentendida, uma necessidade de reconhecimento e autopromoção. Por isso para neutralizar esse efeito é preciso se debulhar pelas palavras, se expor a nudez das análises, peneirar os pensamentos e se deixar conhecer pela essência, não pelas máscaras que é o que quase todo mundo faz em tempos de redes sociais. Aliás, a internet hoje já está como esse velho mundo onde vivemos, tudo igual, está lá(aqui) a inveja, a letargia e toda negatividade dessa terceira dimensão.
A vida de casado tem me feito muito bem, sou questionado continuamente pela minha esposa, tirando alguns desentendimentos normais, isso tem me feito bem, me transformado numa pessoa melhor. Sozinhos sempre nos imaginamos no controle das situações, mas isso é só mais uma das ilusões que não nos permitem ver o ato de existir em toda sua plenitude.Escrever testa a minha capacidade de ser honesto comigo mesmo e com os outros.Reconhecer as próprias falhas foi um caminho muito bom pra mim.É como se estivesse despertando de um sono de milhares de anos.
Um das minhas maiores insatisfações é viver numa época que me causa muita frustração como ser humano, principalmente de enxergar claramente que a humanidade segue por um caminho de egoísmo e que desperdiça a chance de criar um mundo muito melhor do que esse em que vivemos. Por mais que esse planeta seja um lugar de expiação e provas, poderia ser bem melhor. A estupidez coletiva, a existência de elites econômicas que castigam bilhões de pessoas a ignorância e privações e a violência sem limites tornam esse planeta tão bonito num lugar que muitas vezes me causa tristeza.
Eu executo o papel que me é atribuído na sociedade, mas queria mais, queria viver num tempo onde fossemos realmente livres, onde as pessoas não fossem tão alienadas e atrasadas espiritualmente. Embora eu saiba que estou incluído dentro desse mentalidade, eu gostaria mesmo de viver num mundo onde houvesse maior colaboração entre as pessoas e vivêssemos de uma maneira coletiva e menos individualista.
Começo a perceber que minhas decisões têm a capacidade de mudar o rumo não só da minhas história, mas também da existência de outras pessoas.
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