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Cartas-->O S U Í C I D A! -- 04/05/2009 - 09:09 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SUÍCIDA!
Ana Zélia

Em busca de amigos inicia ele a subida...
Há pouco deixara o berço e enfrenta a vida...
Perdera numa sequência incontida, incompreendida, família, mulher, marido, emprego,
esperanças, todas elas perdidas...

Passa ao largo, cabisbaixo, sem saída.
Pensa em Deus. Este Homem com tanto poder nas mãos, onde todos depõem fé, esperança, tudo...
Se acontece algo de bom, foi Deus! Se de mal foi Deus!
O mundo inteiro está num gira-gira de guerras, corrupções, escândalos,
o mais vulgar deles, é o amoroso. Não se admite.

Quase se iniciando o terceiro milênio e os homens ainda fazem alarde com os escândalos.
É o amor vivendo, florindo...
Como recorrer a Ele, se em suas Mãos há tantas coisas, o homem as joga.
As imbecilidades destroem as necessárias...
Crianças sem família, lares destruídos, gente sem teto, pés descalços, famintos, comendo lixo quando encontram,
morrendo nas lixeiras esmagadas pelas esteiras...

Senta-se numa mesa de bar, busca no copo sufocar as mágoas, os males da vida, esquecer-lhe os percalços.
Parece que o único lugar onde as pessoas se unem são nos bares, todos são amigos.
Se não tem dinheiro, tem bebida, mulher, guarida.
Um gole, outro gole. Bêbado! Lembra a vida. Belo pai! Mãe! Bêbados e aos tombos vivem a vida.

O alcoolismo é doença, mas não há nenhum hospital para tratamento. Vem a cobrança da sociedade que esmaga, esmaga...

Meu Deus!... Amigos!... Nobres amigos!...
Procurem-nos e eles pensam que a necessidade é dinheiro, sexo... Isto custa caro, eles não podem emprestar servir.
Dizem não de cara...

Amigos! Belos críticos, sádicos. Amigos! Você chora, ele rir, você diz ao telefone ou a ele:
_Sou eu! Ele pergunta:
_Quem é?

Finge não conhecer tua voz. Pensa ser Cláudia Raia, Tarciso Meira.
Não! É um qualquer, uma qualquer. A eles o inferno é o melhor lugar , porque o importunas.
Desesperado pensa em morrer, sumir daqui. A eles morrer ou não, pouco importa. Não és mais nada.
Amigos! A indignidade os afasta... Nenhum deles é capaz de ouvir, “danem-se”.
Eu também tenho os meus problemas. Isto eles não dizem de cara, omitem.
Você tem que ser forte, se mancar.
O suicida não confia em ninguém, mesmo assim busca amigos. “Amigos” entre aspas.
Amigo não existe, é utopia, falácia. Muitos são lobos em peles de cordeiros ou são lobos mesmo.
A amizade e o respeito vão a até a pergunta:
__ O que você quer? Dinheiro? Bebida ou mulher?...

A vida perde o sentido quando somos mendigos de atenção, afeto, amor... Amor passa a ser tudo, comida, bebida, vida...

O suicida grita: Meu Deus! Pra que viver se perdi tudo?
Amor? Tornei-me estranho na multidão.
Trabalhador? Deceparam-me a cabeça, pés e mãos. Tornaram-me inútil a mim mesmo. Uma medusa de oito cabeças que luta quando sete já foram cortadas.
Vem a última pergunta.

_O que sou?
... Para o suicida, sem amigos, dinheiro, família, trabalho, Deus. Nada!

Nunca critique uma pessoa se ela está desesperada.
Ajude-a com uma palavra e ela um dia te agradecerá.

Porque apesar de saber que não é nada. Ainda crer que a ela haja, não uma Corda, mas uma ASA.
Manaus, 29.01.1993
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Nota da autora. Esta foi a última vez que tentei por fim à vida. Achei-me traída com tantas coisas,
a carta foi escrita como despedida lamento.
Socorrida por médicos espíritas, aconselhada a comer três bananas por dia,
visto que um elemento contido nela causava todo este desespero. A partir daí cortei as amizades que tinha,
passei a viver de forma diferente. Sempre com um pé na frente e outro atrás.
Estou viva e escrevendo,
tentando salvar outras vidas.
Acreditando que sempre existe uma saída pra tudo, até pra morte.
Creia em Deus e aja não se desespere, nem pare. Siga em frente. Ana Zélia







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