Quand je bois du vin claret
Penfield Espinosa
Dez entre dez coros paulistanos cantam esta música renascentista:
Quand je bois du vin claret
A mi tout tourne, tourne
Como nem todos gostam do francês, vá lá: quando bebo vinho (do tipo) claret, eu sinto tudo girar, girar.
É uma música leve e tola, mas que encanta, faz cantar e, for acompanhada por um cravo, faz dançar.
Mais um caso de Maracangalha, de Caymi:
Eu vou pra Maracangalha, eu vou
Com meu chapéu de palha, eu vou
Mais um daqueles casos que provam que uma boa letra não é, necessariamente, um bom poema.
Como apontou muito bem Augusto de Campos na despedida de Torquato Neto.
Nesses dois casos, duas letras de música que seriam estúpidas como poemas, funcionam muito bem quando associadas a suas músicas.
Que isto sirva de advertência -- pela milionésima vez -- para nossas cabeças analíticas:
O todo é maior do que a soma das partes.
S. Paulo, 02 de fevereiro de 2004
(Copyright © 2004 Penfield Espinosa) |