Eu também gostei bastante do Papa gente boa Francisco, do seu discurso humanista, da sua postura gentil e de sua maneira muito alegre de demonstrar toda sua vocação religiosa. A mobilização que provocou sua visita, as encenações da Jornada Mundial da Juventude e, sobretudo as manifestações de fé dos fiéis católicos foram muito emocionantes. Com relação à visita do Papa nem mesmo as deficiências na organização tiraram o brilho de Vossa Santidade. E eu me emocionei muito quando ele beijava criancinhas.
Mas apesar desse encantamento todo nunca perco de vista o meu senso critico e minha incansável busca pela verdade, não aquela que me contam ou tentam me convencer, mas aquele que eu mesmo apuro, analiso e absorvo. Por isso a histeria deste final de semana com a visita do Papa Francisco fez soar um alerta na minha consciência. Ninguém é tão mal que não tenha sequer uma virtude e ninguém é tão bom que não tenha defeitos. É condição humana ser assim. E o Papa também tem suas falhas (ele é um homem, ainda não é um santo).Basta pesquisar um pouco via Google para se descobrir que Bergoglio(nome do Papa) não é uma unanimidade em seu país(ninguém é), foi um homem citado em vários processos judiciais por conta de uma suposta omissão ou cumplicidade com a ditadura. Porém é bom se ressaltar que nada foi provado contra ele.
O papa é pop e como todo ídolo pop ele é um produto de propaganda da instituição que ele representa. Foi assim com João Paulo II que fora escolhido para ajudar a derrubar a cortina de ferro na queda de braço entre comunismo e capitalismo. E o Papa Francisco está incumbido de resgatar a imagem da Igreja Católica abalada por escândalos financeiros e sexuais. Transformar um Papa em ídolo como aconteceu aqui no Brasil é um espetáculo midiático para as massas. A fé deve ser instrumento de libertação e não de aprisionamento.
Dito tudo isso, reitero meu respeito ao cristianismo e fé católica, as religiões tem um papel importantíssimo em nossas vidas, como o resgate dos valores familiares, e o Papa Francisco representa, ao seu modo, essa face benigna da Igreja Católica que é o que nos interessa, é o que tem efeitos práticos e bons na vida de seus fiéis e na de todos nós que lutamos por um mundo melhor.