Entenda essas minhas palavras escritas (aos mais “sensíveis” será como transmissão de pensamento, e eu sei exatamente quem vai ser “atingindo” por estas palavras), como se elas estivessem numa carta que lhe chegou pelo correio, e ao invés de estar com ela na tela do computador, estará segurando-as em suas mãos.
Então saiba que essa carta foi escrita por alguém que estava preso num navio que estava afundando e água já estava pelo pescoço, saiba que ela foi escrita por alguém que nem pediu socorro quando descobriu que tinha sido engolido por uma baleia e estava preso em seu estômago, que foi escrita por uma pessoa que tinha certeza que seu avião ia cair e que não ele não seria um dos sobreviventes.
Palavras escritas num papel macio, suave, metade a caneta e a outra á lápis, como se quisesse apagá-las a qualquer momento, talvez por não ter certeza do que iria dizer ou então por medo de dizer.Palavras que não foram escritas simplesmente para ocupar os espaços vazios, mas que pretendiam viajar pra longe e chegar a qualquer lugar.Que pudessem ser endereçadas a qualquer pais, cidade ou rua.E o destinatário ao ler cada frase e palavra assumisse o sentimento de quem escreveu como se fosse o seu.
E o autor da carta, dessa epístola aos cordiais, como ele, que de alguma maneira estão ligados pelos simples fato de um “dizer” e o outro “escutar”, escreve para quem lê como se tivesse num telefonema, ou numa conversa de bar. Por isso leia essa carta como se a tivesse encontrado na rua, trazida pelo vento, suja de terra, molhada pela chuva e amarelada pelo tempo.
A mensagem que eu tinha pra você é que talvez por medo da escuridão, todos os dias antes de dormir deixe as luzes acessas, para que os monstros da nossa própria criação, nunca nos impeçam de vencer.
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