Uma das coisas que gosto muitíssimo em mim é a minha capacidade de perceber quando estou errado e de reconhecer meus equívocos. Por outro lado tenho um grande repúdio pelos que são intolerantes, radicais ou inflexíveis. Não porque não pensam como eu, mas porque tenho certeza que a rigidez e a intransigência não trazem nenhum benefício para quem as possui. Porque afasta as pessoas e porque toda convicção deve estar sempre sendo revista e atualizado. Ser radical ou liberal demais nunca é bom.
Após ter estudado bastante sobre o assunto e ter visto o sucesso do Uruguai (país pelo qual sou fascinado) tenho revisto meu posicionamento sobre a liberação do aborto. Meu interesse sobre o assunto se dá pelo fato dele tratar sobre a vida e tudo que trata sobre a vida me interessa.
O amplo debate sobre um assunto como esses sempre traz benefícios a sociedade, e a busca de informação sobre uma questão polemica como essa que envolve muitos aspectos da natureza humana, sua psicologia, espiritualidade, moral e ética. Assisti e ouvi as opiniões de vários especialistas no assunto e entre eles Dráuzio Varela. E comecei a mudar de opinião sobre o assunto, embora ainda não esteja completamente convencido.
O aspecto que me despertou a atenção é sobre o convencimento. Caso o aborto fosse legalizado para que as mulheres não sofram em condições precárias de saúde e tenha sua integridade física colocada em risco, a existência de um profissional psicólogo que estará lá para convencer aquela mulher que não deve fazer um aborto. De forma sigilosa uma entrevista seria feita e a mulher apresentaria neste momento seus argumentos porque quer interromper sua gravidez. Acredito que dessa maneira haja ao menos uma forma mais madura de se encarar este assunto.
Por outro lado continuo pensando que a educação, a família e a proteção social são essenciais para evitar que uma mulher ou mesmo um homem coloque uma mulher numa situação dessas. A de ter que decidir entre a vida e a morte.
