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Artigos-->As Mazelas Históricas da Política Brasileira -- 23/04/2004 - 14:39 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Exatamente às 21h50, 10 de março de 2000, uma sexta-feira, o Globo Repórter entra no ar; Nicéa Pitta, dominada pelo instinto da vingança, regurgita a todo o Brasil as falcatruas da politicagem paulista, liderada, principalmente, por seu ex-marido, Celso Pitta.



Aparentando não temer represálias, a ex-primeira dama desenterra os podres da política local, revela intimidades entre arquiinimigos, menciona suborno, traição, coloca no tabuleiro figuras renomadas como ACM, Jorge Pagura e tantos outros. Seu senso de patriotismo é plausível, chegando às raias do absurdo.



Os políticos que costumamos ver na TV como senhores da verdade, em plena campanha eleitoral, exaltando a democracia, o princípio à igualdade social, perdem a máscara de anjo, os chifres aparecem, o efeito colateral é macabro. O desespero toma corpo, o ataque pessoal vira defesa. O importante é salvar-se, enquanto o Titanic da corrupção não some na lama podre da intolerância e da injustiça, que aos poucos encobre a alma dessa pobre terra tupiniquim! A saliva de Nicéa não poupa nem a idoneidade do genitor de sua descendência.



A mesma TV que aplana a escalada dessa gentalha ao poder, que nos faz acreditar na pureza e na genialidade dessa corja de gatunos, líderes escrachados de uma elite que se alimenta da inculta visão de seu povo, resolve trai-los, deixando-os à mercê das hienas e dos urubus. O motivo dessa bondade, ainda que os gritos da rua exijam, nem mesmo a História saberá.



Os vereadores que se vestiam de honestos e que tentaram impedir Chico Pinheiro e Mariana Godoy de apresentarem o SPTV, 1ª edição (durante votação para a abertura de uma CPI), direto da Câmara Municipal, no auge do escândalo das propinas, que envolvia boa parte das administrações regionais, em setembro de 1998, são agora listados como receptores do dinheiro público em troca da paralisação da CPI.



"Receberam muita grana... muita grana... para votarem contra a CPI, dizendo publicamente não haver fatos comprovados para a instauração de um processo investigativo latente", diz a "pobre mulher". "Apenas Viscome e outras figuras irrelevantes, foram pegos pela malha fina da polícia, porque contrariavam poderes que deveriam regê-los" - continua agora no Jornal da Globo.



O caso tomou a dimensão que almejava e virou escândalo nacional. Não havia quem não quisesse opinar sobre a veemente postura da ex-primeira dama. Até mesmo o presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, em visita ao Chile, arriscou-se a falar.



No Cidade Alerta (Rede Record), Luís Datena ironizou a falsa inimizade declarada por Celso Pitta e Paulo Maluf; no Jornal da Record, Salete Lemos, mais contida, mostrou cenas de processos então arquivados, caso da compra superfaturada de medicamentos pela Secretaria de Saúde de São Paulo e atirou: "...obra dos 30 vereadores comprados pelo prefeito, como disse Nicéa Pitta?". No Jornal Nacional, Mônica Waldvolgel chamou reportagem em que o presidente da Câmara, Armando Mellão, disse ser inocente e estar entrando na justiça contra a ex-primeira dama. Toninho Malvadeza (ACM), citado no caso por pressionar a prefeitura a quitar dívidas com a OAS, propriedade de sua família, invoca o estilo baiano de ser (sem ofensas) e adjetiva a mulher de louca, prostituta...



As câmeras das redes nacionais vibravam ao ver Nicéa com o sorriso no rosto, agitando a bandeira do Brasil, exigindo ordem e progresso, como se isso fosse possível neste país desmemoriado, que após 500 anos, ainda acredita ser Cabral seu descobridor!



Quem estava certo ou errado em toda aquela sujeira ainda não é possível afirmar, tal a lentidão da (IN) Justiça Brasileira, todavia, algo de bom podemos tirar de tudo isso: a televisão, quando usada para meios coerentes, cumpre sua função, que é defender os interesses do povo, fortalecendo a democracia, ratificando a cidadania.



Num passado recente, vimos a mesma TV fazendo de sua imagem uma arma contra o crime, contra as mazelas da politicagem rasteira. Afinal, quem não se lembra do ministro da fazenda, Rubens Ricúpero, em julho de 1993, dizendo ao repórter Carlos Monforte, seu parente e apresentador, na época, do Bom dia Brasil, da própria Rede Globo: “... o que é bom a gente mostra ao povo, o que é ruim, esconde-se"? O mesmo referia-se ao Plano Real. O sinal da emissora estava on-line e as antenas parabólicas puderam captar a fala. Escândalo nacional! Acusação daqui, acusação dali... Bomba! Sua cabeça foi para o ralo!



E Fernando Collor, que em 1989, no auge da fama, gritava aos quatro ventos, sua marca pessoal: "caçador de marajás"! Defendido pela prole latifundiária do Ceará, caso de PC Farias, sobreviveu pouco tempo, acabando por se enterrar na própria lama.



Diferente da prefeitura de São Paulo e da matéria veiculada na semana passada, trazendo os fatos para 2006, em que Lula “nada” sabe sobre a compra do dossiê contra os tucanos, sobre os dólares na cueca de seus supostos “companheiros” e de tantos outros desatinos de seu governo, a imprensa brasileira (leia-se Globo) teve papel importante na eleição de Collor, todavia, talvez tenha aprendido a lição, pelo menos é o que aparenta ao evitar a linha oficialesca, parcial e indutiva que, por várias décadas, conduziu o país ao martírio intelectual, à bancarrota social e ao enriquecimento de poucos... É continuar vendo para crer!

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