O MENINO E A MOEDA
Maria Hilda de J. Alão.
Um menino queria comprar uma bolinha de gude para completar sua coleção. Sem dinheiro, ele caminhava por uma estrada e, em certo trecho, achou uma moeda. Abaixou-se para apanhá-la. Neste instante passou por ele, voando, uma nota de maior valor. Ele largou a moeda e saiu correndo para alcançar a nota. Com ela poderia comprar muitas bolinhas de gude, sonhava. Quanto mais ele corria mais a nota se afastava. Furioso, o menino gritou:
- Olá “seu” vento! Esta nota não te pertence, por que a levas para longe?
O vento, zunindo forte, respondeu:
- Quero ver o que és capaz de fazer por ela. Ela é um sonho, o desejo de querer mais e mais, também chamado de ganância, a certeza tu a deixaste para trás.
E lá se foi o menino disputando com o vento a posse da nota. Subiu e desceu morros, embrenhou-se no mato, e o vento continuava rindo dele levando a nota para bem distante. Depois de muito tempo de corrida, já cansado, o menino percebeu que estava se aproximando da borda de um precipício. Parou. O vento continuou levando a nota até que ela despencou, abismo abaixo, caindo nas águas do mar. Foi como acordar de um pesadelo. O pobre menino pensou:
- Tanto trabalho para nada. É melhor eu voltar e pegar a moeda. Com ela eu posso comprar a bolinha que me falta.
Voltou ao local onde deixara a moeda, mas ela havia desaparecido. Algum passante encontrou e levou a moeda com ele.
- Ta vendo! – pensou o menino -, quem manda trocar o certo pelo incerto! Não tenho a moeda nem a nota e, muito menos, a bolinha que me falta.
25/02/06.
(infantil)
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