O DRONE E O MATUTO
Renato Ferraz
Seu Chico mora na zona rural
Perguntei-lhe sobre a situação atual
Respondeu-me que a vida já foi pior
Embora pudesse ser ainda melhor.
Mesmo sem ter estudado
Seu Chico é um homem informado
Deve ao rádio parte da instrução
Ainda assim, com alguma limitação
Vive atento às notícias da televisão
Discute e pergunta, se não tem compreensão
A sua experiência de vida o fez ser respeitado
Seu Chico é carismático, gentil e educado
Seus olhos brilham e responde com facilidade
Sempre que querem saber da última novidade
Sente prazer, responde como um bom orador
É admirado, humildemente, por cada morador
Seus vizinhos gostam de uma boa diversão
Comem e bebem com bastante animação.
Da última vez, perguntaram-lhe curiosos
Sobre as últimas invenções dos estudiosos
Ele não se fez de rogado e começou a discursar:
Eu vou contar, mas vocês não vão acreditar!
Inventaram um avião que não precisa ser pilotado
Lá de cima ele fotografa tudo, feito um danado
E não se espantem, até terrorista consegue matar
Matou um tal Bin Laden, vocês devem ter ouvido falar
Estavam curiosos pelo nome da máquina possante
Na imaginação seria um foguete ou algo gigante
Seu Chico puxou o nome lá do fundo do pulmão
Pronunciou que era drone o nome daquela invenção
E que o aparelho era por um controle remoto guiado
Assim, a cada detalhe, todos ficavam admirados
Falou que as fotografias eram coisa do outro mundo.
E que a máquina era poderosa, em tudo ela ia fundo
Perguntaram mais sobre o que o drone podia fazer
Seu Chico falou que até incêndio ele sabia combater
Não seria exagero aquilo um exagero, perguntou um rapaz
É não! quanto mais difícil for, aí é que ele faz
Falar sobre o drone deixava Seu Chico emocionado
Ele enche o peito e sente-se como se o tivesse inventado.
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