Colo de mãe
maria da graça almeida
Vento gelado não entra comigo.
Deixo-o lá fora sobre as folhas
das árvores magricelas.
Chego só. Percorro corredores vazios.
A casa, de ausências, está cheia.
O silêncio conta "casos".
A lembrança deles duvida.
A saudade ouve-os, boquiaberta.
Sinto um calafrio, talvez seja medo;
quem sabe solidão...
Quero o colo da mãe. Ele está frio.
Queria-o quente! Nunca mais...ai...
- Pode entrar, vento gelado!
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