Antigamente, quando o tempo ainda não existia,
quando o amor dominava os ideais humanos,
quando Jesus saía a pregar aos pecadores,
nesse tempo, era eu ainda uma criança
e não compreendia a suavidade do perdão
ou a força titânica do que é belo e bom.
Eu apenas vivia e a mansidão me cercava.
Hoje, já não mais me conheço e vago disperso,
suplicando a cada ser uma solução
e nada encontro, nada vejo, nada percebo.
Saí em busca das raízes de mim mesmo
mas nem aí estava a verdade do mundo.;
chorei, gritei, angustiei-me, mas foi tudo em vão.
Amanhã, quando a carne de minha carne,
produto irredutível de minha essência material,
estiver integrando-se no todo do universo,
amanhã, talvez, haja alguma esperança.
03.02.59.
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