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Poesias-->FIDELIDADE A MIM MESMO -- 17/02/2002 - 08:03 (wladimir olivier) |
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É chegado o tempo das resoluções
e já compreendo que pouco vou poder.
Sou como sombras.
Sei isto.;
nada mais.
Como fazer o homem viver acima do que é?
Ouço ao longe o trovejar do porvir.
Sinto que a maré da vida vai subir
e eu irei afogar-me.
Onde a nau que tinha eu para enfrentar a fúria dos turbilhões?
Onde a coragem da luta?
Onde a resignação da derrota?
Será que sempre terei de sofrer as angústias do que não é em si mesmo?
Eu só sei ser como pedra:
inerte dentro de minha constância individual.
Um dia, uma pedra viu um crime
e nem por isso deixou de ser pedra.
Transição.
Soluçava eu impotências.;
premia o que sou e sofria revoluções morais.;
sucumbia.
Foi aí que se chegou a mim uma mulher vestida de luz,
branca como a paz,
serena como a pedra,
sublime como o ideal.
Tomou-me a mão e sorriu-me.;
pôs-se a andar e eu a acompanhei,
para o além,
para cima daquilo que sou,
para onde não há resoluções.
Ela era o amor
e o amor foi a redenção.
05.02.59.
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