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Artigos-->Conhecimento e Tecnologia -- 27/08/2004 - 17:10 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A OECD – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico divulgou em 1998 que a riqueza gerada pelo conhecimento mundial foi de 55%, ultrapassando o tradicional conceito de Adam Smith, terra, capital, trabalho, matéria-prima e energia.



Este relatório mostra aos governantes que o crescimento daqui para frente passa por investimentos massivos em tecnologia e conhecimento.



No Brasil, neste ano de 2004, dois assuntos positivos têm sobressaído onde foram aplicados bastantes recursos em tecnologia e conhecimento, o agronegócio e a fabricação de aviões. Exemplo de setores incentivados pelo Estado ao longo das ultimas décadas. Para alcançarmos o mesmo sucesso nos outros setores não deveremos abrir mão do investimento em conhecimento.



Faremos um breve paralelo entre Brasil e Coréia com relação aos investimentos em tecnologia e conhecimento. “Em 1975, a renda per capita da Coréia era de US$ 250, cerca de metade da brasileira, enquanto que o PIB brasileiro era quatro vezes maior que o PIB coreano. O PIB per capita da Coréia, em 1970, era de US$ 275, cerca de 75% do PIB per capita brasileiro. Em 2001, o PIB per capita coreano é mais de 2,5 vezes maior que o brasileiro, e as projeções são de que o PIB da Coréia ultrapasse o do Brasil em 2003! (Crescimento do PIB per capita no Brasil de 0,2% aa de 2001 a 2003). Entre 1980 e 1999, o crescimento médio do PIB coreano foi de 7,6 ao ano, contra um crescimento médio do PIB brasileiro de 2,9% ao ano, no período”.



“Desde 1980 não existe analfabetismo entre os jovens com menos de 24 anos. Em 1970 a Coréia tinha apenas 41% da população em idade escolar matriculada, em 1990 este número já era de 90% (1º e 2º graus). Os estudantes do nível superior eram 15% em 1970 e 70% em 1999. A continuar neste ritmo, em breve ¾ da população coreana com idade de freqüentar uma universidade estará devidamente matriculada em algum curso superior”.



Adotando políticas para redução das desigualdades sociais “a Coréia passou o seu IDH – Índice de Desenvolvimento Humano de 0,687 em 1975 para 0,875 em 1999, retirando-a do grupo de países intermediários e colocando-a no grupo de países desenvolvidos socialmente”.



Todo esse desenvolvimento coreano foi acompanhado de investimento em ciência e tecnologia. “Desde 1985 a Coréia investe 3% do PIB em ciência e tecnologia, o Brasil, em 2000, investiu 1%, o mais alto da nossa história”. O resultado é notado através do número de patentes. “Em 1980 a Coréia depositou 8 patentes nos EUA, contra 24 do Brasil. Em 1999, a Coréia depositou 3.314 contra apenas 98 patentes brasileiras”.



A ordem mundial atual é o investimento em tecnologia e conhecimento e o Brasil ainda não colocou este assunto em sua agenda. Continuamos adotando o mesmo procedimento de quando éramos o maior exportado de café. Exportávamos café e importávamos produtos de alto valor agregado. A epopéia do café acabou e continuamos sendo os maiores exportadores de produtos agrícolas (soja, algodão...) e grande “importador de produtos de alto valor agregado, tais como software, consultoria, produtos da indústria cultural (filmes, música, programas de televisão), pagamento de royalties e patentes”.

Tabela 1

Gastos do Brasil com licenciamentos externos

Itens 1992($ milhões) 1997($ milhões) 97/92(%)

Patentes 3 289 9530

Tecnologia 31 647 1990

Serviços técnicos 116 468 300

Cópias softwares 59 449 660

Outros 10 134 1240

Total 219 1987 810

Fonte: Banco Central do Brasil



Confirmando o que foi dito, “em 2000 o valor global das importações foi de US$ 55 bilhões, constituindo-se um recorde. Se calcularmos, no entanto, o valor médio por tonelada exportada, de 1993 até 2000, veremos que o valor se manteve relativamente estável, em torno de US$ 220 por tonelada, com um pico de US$ 253 por tonelada em 1997. Enquanto isto, o valor médio das importações passou de US$ 329/ton em 1993 para mais de US$ 600/ton em 2000!”



Pouco efeito têm surtido os discursos e estudos em favor de investimentos em educação e conhecimento no Brasil, senão vejamos. O pintor e escultor Paim Vieira, em 1937, escreve que “Grande parte dos nossos fracassos industriaes são devidos exclusivamente á falta de bons operários. Exemplo: É sabido que em muitas typographias do Brasil há excellentes machinas de impressão iguaes ás que usam nos melhores estabelecimentos congeneros do mundo; empregam-se as mesmas tintas, os mesmos papeis, os mesmos typos, os mesmos clichês, e no entanto... não se obtêm os mesmos resultados.



Porque? Porque faltam os impressores, faltam bons operários. E quando acaso qualquer favorece o successo, é elle celebrado como um notável acontecimento graphico que consagra o impressor.



Pois bem, para suprir esta ‘falta de tradição profissional’, que redunda nesses desastres, é que aqui, mais do que em parte nenhuma, são necessárias escolas bem orientadas, efficientes, onde se ministre, no mínimo do tempo, o máximo da instrucção technica possível.” (sic)







Bibliografia consultada

Azevedo, Fernando de. A Educação Publica em S. Paulo, 1937. Companhia Editora Nacional, pág. 258, série 5ª, vol. 98;



Cavalcanti, Marcos. Conhecimento e Desigualdade. CRIE – Centro de Referência em Inteligência Empersarial, Programa de Engenharia de Produção – COPPE/UFRJ, Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.



http://www.jornaldaorla.com.br/arquivo/0965.shtml



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