Usina de Letras
Usina de Letras
292 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50580)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Cidade moderna -- 26/02/2002 - 12:39 (Rodrigo Mendes Delgado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CIDADE MODERNA







Uma pessoa,

duas pessoas,

um turbilhão de pessoas,

uma incomensurabilidade de pessoas.

Pessoas que vêm e vão,

que vão e vem,

num desfile infindável.

As metrópoles,

com sua paisagem de cimento

e asfalto.

Cimento que constrói,

que edifica,

que gera emprego.

Cimento que dá abrigo,

que levanta casas,

hospitais, escolas,

creches e orfanatos.

Mas, cimento que também mata.

Que desmorona nos terremotos,

soterrando as pessoas,

destruindo bens e sonhos.

Cimento que mata no inverno,

os que sobre si se deitam,

pois, uma vez que não possui sentimento,

não pode aquecer aqueles que estão

ao desalento.

Asfalto, que pavimenta

e impermeabiliza.

Que constrói estradas e rodovias.

Que liga cidades, estados e países.

Que ferve ao calor escaldante do sol,

para liberar as chamas de suas entranhas

nas noites de verão.

Asfalto sem vida,

sem sentimento,

sem compaixão.

Sem o cimento

e o asfalto,

ficam as pessoas,

a substância humana da cidade,

e da humanidade.

Mas, as pessoas,

do mundo moderno,

ocupadas demais

com os problemas pessoais.;

Globalizadas,

mas ao mesmo tempo incivilizadas.

Envoltas por um mundo de informação,

mas, totalmente desinformadas.

Tomadas pelo instinto capitalista,

instinto nosso de cada dia,

tomadas pelas exigências descabidas

dos mestres do poder,

escravizadas por um modo de vida

vazio e sem sentido.

Consumidores vorazes

de artigos inúteis e caros,

que consomem seus usuários,

e os condenam a nunca se saciar.

Qual Zeus,

quando condenou a humanidade,

a buscar o conhecimento,

pela eternidade.

A verdade

é que a cada dia,

as pessoas perdem sua humanidade.

Pessoas violentas,

que violentam aos outros

e a si mesmas.

Pessoas sem passado,

sem presente e sem futuro.

Pessoas que,

nas grandes cidades,

estão se assemelhando

ao asfalto e ao cimento.

Com uma grande diferença,

no humano,

a parte inútil

está se sobrepondo à útil.

E temo o dia em que,

o humano,

aquilo que nos faz pessoas,

aquilo que nos dá esperança,

se perca completamente,

e se torne simples lembrança.

A lembrança daquilo

que um dia fomos

e não somos mais.









Rodrigo M. Delgado



















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui