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Poesias-->ÍNDICE -- 27/02/2002 - 06:02 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Agora ou nunca mais...

Resolvi-me:

vou calar-me,

para não descobrir o que sou

e o que é aquilo que é ou que deve ser.

Mas é inútil:

o mundo permanecerá impune pelo fato de ter-me criado,

de ter criado,



de ter podido criar.

Oh! Que belo momento

e que vontade de ser outra coisa,

para poder dormir e sonhar!



Antes de ontem, eu não sabia que era.;

e era feliz.;

hoje, amanhã, depois de amanhã,

sempre...

Há alguma coisa nova que paira no ar,

algo parecido com música,

mas não tem ritmo

nem som

nem nada

e, no entanto, existe,

com todas as forças de minha idéia.

Talvez seja Deus,



ou o pai dele.

Blasfemo sempre,

sempre tentando forçar uma reação qualquer,

sem medo do sobrenatural,

mas nada se revela,

porque tudo teria de se corporificar,

e o que é corpo não é espírito:

é só uma presença,

e presença como eu.

Valha-me a fúria:

sou como pensamento.

Sofro

e não deveria,

porque espero,

e espero em tudo,

como se houvesse alguma solução.

Haverá alguma?

Qual seria?

NÃO SEI!

NÃO SEI!

E NEM ISSO SEI!

O corpo, ao morrer, fará desprender de si alguma coisa,

se não algo como alma,

pelo menos, a vida.



E depois????????

Depois haverá uma cova escura para que possamos não ver

e as lágrimas daqueles que ficaram.



E só.

Antes de recolher-me a mim mesmo,

gostaria de resolver-me.

Sou capaz? De quê?

De alguma coisa, por certo.



NÃO SEI!

NÃO SEI!

Falar-me a mim mesmo adianta?

Ou será preciso ouvir apenas o que os outros dizem?



Já me está falhando a idéia,

porque estou vazio



e não consigo organizar-me

e tento ser violento

e extenso,



como se fora alguém que estivesse descobrindo algo de valor.

Tantos já souberam que a vida existe

e isso não é novidade



nem mesmo para mim.

Já vejo que estou fechado

e não há mais trilhos por onde fazer passar meu trem.

E vou sumindo.

Mas sei que estou.

E vou desaparecendo,



embora permaneça.

Intensa era a vontade de realizar literatices ou mesmo algo sério,

mas falta-me o essencial: a alma de artista,



que freme diante do vazio das coisas

e eu apenas reconheço a minha pessoa,

egoisticamente.

Traque, traque, traque, traque...

Partiu meu trem e já vai longe, buscando seu rumo.

Mas é o rumo que eu não sei qual seja!

Não faz mal:

talvez um dia eu venha a saber

e, se não souber,



que diferença faz?



30.06.59.





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