O Brasil já era conhecido antes de 1500
Arthur de Lacerda
Neste 22 de abril, transcorrem 507 anos da aportagem da frota comandada por Pedro Alvares Cabral, ao Brasil.
Não se tratou de descobrimento, de encontro fortuito de terra ignorada, porém, de encontro intencional de terras conhecidas desde antes.
Em fins dos 500, surgiu a versão de que a frota de Cabral haveria topado o Brasil em decorrência de uma tormenta, que havê-la-ia desviado da sua rota, o que tornaria inteiramente acidental a descoberta do Brasil.
Houve uma tormenta, no Cabo Verde, que provocou o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde; não houve nenhuma outra tormenta durante o restante trajeto, até o Brasil.
Cristovão Cólon (erradamente chamado de Cristóvão Colombo), em verdade, Salvador Fernandes Zarco, português e agente secreto da coroa portuguesa para enganar Espanha, declarou, em 1492 que o rei de Portugal (seu avô) afirmava haver terras no hemisfério sul, onde acha-se o Brasil, ou seja, desde aquela data o Brasil era, já, conhecido.
Duarte Pacheco Pereira, em seu Esmeraldo de situ orbis, declara, expressamente, que em 1498, o rei de Portugal, D.João II, mandou-o reconhecer a costa do Brasil, antes, pois, da expedição de Cabral. Terá adentrado os rios Pará e Tapajós, e reconhecido o Amazonas.
Em 1498 Vasco da Gama, ao rumar à India, avistou aves que adejavam a oeste. Ora, as aves vivem em terra, ilhas ou continentes. No Atlântico, há poucas ilhas e o avistamento dos pássaros terá suscitado a suspeita da existência de terras ou confirmado o conhecimento delas.
Ao escrever a el-rei, do Brasil, o médico do rei, Mestre João, diz-lhe que se quiser ver onde situava-se o Brasil, que consultasse o mapa que em Lisboa, possuía Pero Vaz Bisagudo, que nele se apontava o lugar correspondente: ou seja, antes da viagem de Cabral, havia um mapa em que se indicava o Brasil.
Leia-se com atenção a carta de Pero Vaz de Caminha: não exprime ele nenhuma surpresa face ao achamento do Brasil; reage-lhe com verdadeira indiferença como se se tratasse de algo esperado, por ele, que escrevia, e para o rei, para quem escrevia: achavam-se ambos no conhecimento de que a viagem de Cabral destinava-se ao Brasil, já conhecido na corte.
O estado atual dos estudos históricos demonstra, sobejamente, a intencionalidade da derrota de Cabral, ou seja, que ela não se extraviou a caminho do Brasil, que este era conhecido na corte antes de 1500 e que Cabral não o descobriu, porém incorporou-o ao império português e, com ele, ao mundo europeu e à restante Humanidade.
Arthur Virmond de Lacerda Neto
Página pessoal sobre amizades, curitibocas, Positivismo, homossexualidade, história do Direito e outros temas
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