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Poesias-->HORIZONTE -- 06/03/2002 - 06:36 (wladimir olivier) |
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O barro seco e duro rasgava as carnes de meus pés
e meu sangue deixava um rastro vermelho perdido na distância.
E eu caminhava.
De meu pescoço escorriam gotas quentes de suor
e minhas fontes latejavam com o calor do Sol todo brilho.
E eu caminhava.
Diante de mim, a imensidão deserta da vida sem limites.
Atrás, apenas o espaço cheio de poeira e de desconhecido.
E eu caminhava.
Vultos ao longe, meus semelhantes, mostravam-se apenas silhuetas
e o silêncio pesado de tudo oprimia minh’alma.
Eu precisava caminhar mais e mais.
A dor de meus pés dilacerados turbava-me a vista
e o mundo bailava em meu redor.
Gritei.
O som rouco de minha garganta seca não produziu eco.
Apenas o desconsolo era meu companheiro.
E eu caminhava.
22.10.59.
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