Ela! Sempre ela,
que nos arrebata, que nos leva,
sabe-se lá pra onde...
Sinto medo.
O que fazemos aqui?
Por que viemos? Quem somos?
E as perguntas avolumam-se.
De quem tenta me responder, duvido.
de quem pensa que sabe, tenho pena.
Estou em crise, crise existencial brava...
manifesta-se com freqüência.
Quisera ter a fé de muitos, quisera saber de
nós...
quisera não precisar ir, quisera não
envelhecer...
Pra que envelhecer? Mera desculpa pra morte?
Morreu de velhice...
Qual o quê! E a tal precisa de desculpas?
Coisa louca!
Nunca tive vontade de ir, sempre quis ficar.
Quando criança, tentava inventar
jeitos para ludibriar a derradeira chamada...
Aí pensei: Ficarei através dos filhos.
Mas, imediatamente, percebi que filhos
não traduzem sem interferência os sentimentos nem
os pensamentos... de pais, eles próprios têm os
próprios.
Então resolvi escrever... quem sabe...
E ainda há os que vão sem ser chamados...Que
coragem!
Vânia, sinto muito, sinto mesmo, muito, por você
e por ele...
Desculpe o desabafo fora de tempo, fora hora e
lugar.
Veja quanta reticência...assim é a
vida...reticenciosa...
maria da graça almeida
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