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Artigos-->Um Show de Oratória -- 12/01/2005 - 08:49 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Geralmente um orador empolga uma platéia com um discurso de idéias bem coordenadas, gesticulando no ritmo da fala, enfatizando os pontos mais contundentes da sua teoria, olhando nos olhos da platéia, ora alternando ora moderando a voz, dando sinais que tem o domínio do texto, usando e abusando das expressões faciais... Como não somos especialistas em oratória, fiquemos só com estes exemplos.



Para afugentar a platéia basta o orador desobedecer às regras acima. E isto não é difícil, já que são poucos os homens ou mulheres públicos que dominam a arte da oratória.



Segundo os historiadores, Marco Túlio Cícero (106 a.C. - 43 a.C.) não se deixava influenciar pelo ambiente, saía de si quando discursava, entregava-se de corpo e alma ao texto. Por ter essa capacidade de absorção, Cícero é considerado o maior orador de todos os tempos, fato que o levou a galgar postos políticos importantes e o fez entrar para a história romana e mundial.



Quando alguém se dispõe a falar, todos nós esperamos que o faça com desenvoltura, concatenando as idéias e com brilho nos olhos. Se o orador é uma pessoa do nosso convívio – e sabemos que ela fala somente nas reuniões familiares ou de trabalho – nós a perdoamos, pois sabemos da sua limitação. Mas é imperdoável que uma pessoa pública – ministro, governador, deputado ou senador – não saiba se expressar diante das câmeras. Desse orador, quando sobe à tribuna, esperamos um show de oratória.



Uma linha tênue separa o prazeroso do risível quando uma personalidade fraca se debate da tribuna com um texto forte. Aí a briga não é entre o orador e a sua idéia, é o orador contra o texto. Usando um pouco a imaginação dá para vermos as letras saltando do púlpito, pedindo socorro a uma platéia sonolenta, dispersa, divagando o pensamento noutras paragens.



Empolgante é vermos um texto forte e um orador a sua altura. Os dois se completam, um exige que o outro dê de si o máximo de seu vigor. Num caso assim, não sabemos onde nos concentramos: se na fala ou no orador em si. Paramos, ouvimos e aplaudimos com o mesmo entusiasmo. Um texto e um orador fortes é música para os nossos ouvidos.



Uma música dura cerca de 3 minutos. Se ela é ruim tem-se a sensação de que “não acaba nunca”; se é boa, quando termina, fazemos aquela cara de “ah! Mas já acabou?” Não é diferente com um discurso.



Há autoridades que se apoderam de um texto e judiam das letras, da gramática, da oratória e de nós, ouvintes. Isto é comum naqueles oradores que não dominam o assunto, pegaram carona no discurso de um colega na tentativa de enriquecer o assunto e acabam quebrando a expectativa do ouvinte e prejudicando o colega.



Ainda não falamos do sofrimento da gramática; a coitada até se sente como de outro país, pois nem ela reconhece as conjugações verbais, as concordâncias adverbiais e nominais que esses incautos usam e abusam, mas deixemos isso para Erasmo de Roterdã em Elogio da Loucura, 1509, (pág. 73, 2002): “Quero, agora, observar-vos que há mais gramáticas do que gramáticos: só Aldo, um dos meus favoritos nesse gênero, publicou cinco. Pois bem: o meu cabeçudo estuda-as todas...”



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