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Artigos-->TEMPESTADA EM COPO D ÁGUA -- 14/02/2005 - 23:45 (Adrião Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TEMPESTADE EM COPO D’ÁGUA



Adrião Neto*



No início de janeiro, antes de regressar de Luís Correia, onde fui prestigiar a posse do prefeito Toinzinho, e colher dados para meu novo livro, passei em Parnaíba.



Ao cruzar a histórica Praça da Graça, em companhia do escritor e jornalista José Luiz de Carvalho, tive o prazer de encontrar alguns intelectuais da cidade. No início do nosso bate-papo, um deles manifestou a sua alegria pelo êxito do movimento, com milhares de assinaturas, em prol da manutenção do “19 de Outubro” como o “Dia do Piauí”, que estava ameaçado de ser substituído pelo “13 de Março” (Dia da Batalha do Jenipapo), e que também já esteve ameaçado de ser trocado pelo “24 de Janeiro” (Data da adesão de Oeiras ao movimento emancipacionista).



Logo ao chegar em Teresina, fui ao lançamento do livro da professora Cléa Rezende Neves de Melo, no auditório da Academia Piauiense de Letras, onde recebi um folder com extensa programação. Na primeira página estava estampado “Dia do Piauí / Semana Cívica e Cultural / 24 a 28 de Janeiro de 2005”, e no verso havia uma mensagem com o seguinte teor: “O Governador do Estado do Piauí, Wellington Dias e o Prefeito de Oeiras, José Nataniel Lopes Reis, convidam Vossa Senhoria para participar das festividades cívicas, artísticas e culturais em comemoração ao Dia do Piauí, 24 de Janeiro de 2005, em Oeiras”.



Pouco tempo depois, acessando o Portal Delta, li a matéria “24 de Janeiro: O Oportunismo em Oeiras”, de autoria do historiador Renato Marques, na qual, como guardião da tocha sagrada do heroísmo e do orgulho histórico de Parnaíba, o autor criticou o “absurdo de Oeiras comemorar essa data como sendo o Dia do Piauí”.



Refletindo sobre as ameaças do desbancamento do “19 de Outubro” como o “Dia do Piauí”, cheguei à conclusão de que se o “13 de Março” fosse contemplado com o reconhecimento oficial, assim como o “19 de Outubro” foi oficializado como o “Dia do Piauí”, e o “24 de Janeiro” foi homenageado no Brasão das Armas do Estado, as cidades de Parnaíba, Oeiras e Campo Maior, cada uma com o seu “feito histórico” reconhecido, cessariam as ameaças ao “19 de Outubro”, e as três cidades passariam a conviver em harmonia histórica, colocando um ponto final na angústia dos parnaibanos.



Seguindo minha linha de raciocínio, escrevi o artigo “13 de Março – Uma Data Injustiçada”, no qual, com absoluto conhecimento de causa, pautado na mais absoluta verdade histórica, que, inclusive, poderá ser confirmada por qualquer historiador sério e imparcial, relatei os acontecimentos ocorridos em cada um das datas acima mencionadas.



Prosseguindo, informei que o “19 de Outubro”, e o “24 de Janeiro” já haviam sido contemplados oficialmente – o primeiro como o “Dia do Piauí”, e o segundo como parte integrante do Brasão das Armas do Estado.



Concluindo meu artigo, apresentei duas sugestões – uma à Assembléia Legislativa, para que vote uma Lei incluindo a data: 13 DE MARÇO DE 1823, escrito em caracteres brancos, abaixo da estrela que se encontra estampada na Bandeira do Estado do Piauí, e a outra ao governador do Estado para que, ao lado do busto de Leonardo Castelo Branco (Leonardo das Dores), inaugurado no governo anterior, como parte integrante do Monumento aos Heróis do Jenipapo, sejam erigidas duas outras estátuas, uma de um vaqueiro e a outra de um roceiro, armados e em posição de luta.



Para minha surpresa, logo em seguida, o historiador Renato Marques, tentando fazer tempestade em copo d’água, escreveu um artigo intitulado “Defendendo o Dia do Piauí – Um Convite para Debate”, no qual, assim como já havia feito em outro artigo, criticando o livro “A Poesia Parnaibana”, que tive o prazer de organizar, começou dando-me algumas estocadas. Incrível! Até parece um caso pessoal. Mas, apesar de suas críticas, tanto a obra como o seu organizador, ou seja, ela e eu, já fomos objetos de referência nos vestibulares de 2004 e de 2005, da Faculdade Piauiense, com sede em Parnaíba.



E, por falar em obra literária, além da coletânea “A Poesia Parnaibana”, o “Dicionário Biográfico Escritores Piauienses de Todos os Tempos” e o livro “Literatura Piauiense para Estudantes”, de minha lavra, divulgam os escritores parnaibanos e suas obras. Além do mais, como uma forma de prestigiar Parnaíba, onde estudei e comecei a minha carreira literária, fiz questão de lançar o Dicionário, em primeiro lugar, na bela e acolhedora Princesa do Igaraçu.



O artigo “Defendendo o Dia do Piauí – Um Convite para Debate”, não passa de uma tempestade em copo d’água, mesmo porque em nenhum momento me posicionei contra a permanência do “19 de Outubro” como o “Dia do Piauí”. Apenas sugeri uma homenagem ao “13 de Março” – uma homenagem, que poderá ou não ser materializada, e se for, em nada ofuscará o brilho do “19 de Outubro”. Portanto, a interpretação distorcida, que o historiador parnaibano deu às minhas palavras, não corresponde com o meu pensamento. Não passa de uma maquiagem tendenciosa do meu raciocínio histórico.



Qualquer leigo em História do Piauí e até mesmo em interpretação de texto, que ler os artigos “24 de Janeiro: O Oportunismo em Oeiras”, e “Defendendo o Dia do Piauí – Um Convite para Debate”, de autoria do historiador parnaibano, por menos atencioso que seja, perceberá que eles foram escritos com paixão, ufanismo, tendencialismo e parcialidade.



Nos referidos artigos, o autor exalta e maximiza ao extremo o patriotismo, a coragem, a bravura e o heroísmo dos parnaibanos. Ridiculariza o “feito histórico” dos oeirenses. Minimiza o “feito” dos campomaiorenses, reduzindo a Batalha do Jenipapo “a um ato de irresponsabilidade do comandante Chaves”, dizendo que os heróis campomaiorenses “morreram de graça nas bocas dos canhões de Fidié”. Desvaloriza a Batalha do Jenipapo, classificando-a como “o maior genocídio” e referindo-se a ela como uma insignificância, afirma peremptoriamente de “não ter contribuído para a consolidação da Independência do Brasil” e sim “a proclamação realizada em 19 de Outubro de 1822”.



Sobre a minha sugestão de homenagear o “13 DE MARÇO DE 1823”, o historiador parnaibano tece crítica dizendo ser “ridícula essa proposta de colocar a data abaixo da estrela que se encontra estampada na bandeira do Piauí” e a seguir defende a mesma proposta para Parnaíba, dizendo “Neste caso deveria ser colocado é a data 19 de Outubro de 1822, reconhecida oficialmente por lei como “O DIA DO PIAUÍ”, data magna da nossa história piauiense”.



Em referência ao parágrafo anterior, faço duas indagações:



1ª) – Se, conforme afirma o historiador parnaibano, é “ridícula essa proposta de colocar a data (13 DE MARÇO DE 1823), abaixo da estrela que se encontra estampada na bandeira do Piauí”, por que também não seria ridícula a proposta de se colocar a data 19 de Outubro de 1822?



2ª) – Será se não seria mais um sintoma de que o artigo do historiador parnaibano foi escritor com paixão, ufanismo, tendencialismo e parcialidade?



Pelo visto o historiador parnaibano não se contenta apenas que o “19 de Outubro” seja o “Dia do Piauí”, ele quer que esta data passe a figurar na Bandeira e no Brasão das Armas do Estado, relegando o “24 de Janeiro” e o “13 de Março” ao esquecimento, e se possível, que sejam deletadas da nossa história.



Finalizando o artigo no qual tenta distorcer as minhas palavras e defende apaixonadamente o “19 de Outubro” como o “Dia do Piauí”, o historiador parnaibano me convida “para um debate sobre o assunto, principalmente sobre o movimento de Independência no Piauí, com a presença da Academia Parnaibana de Letras, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, professores e alunos de História da UESPI (Campus de Parnaíba) e de escolas particulares e públicas, tendo como convidado especial o povo em geral.



Pelo teor do convite, dirigido apenas e tão somente a mim, excluindo os historiadores, as instituições culturais e de ensino, os professores, os alunos e povo em geral de Oeiras e Campo Maior, mais uma vez fica patenteado que o historiador parnaibano está sendo tendencioso e parcial.



Concluindo este artigo, coloco-me à disposição para um debate democrático, incluindo os oeirenses, os campomaiorenses e suas instituições culturais e de ensino, e que o debate seja realizado em campo neutro, de preferência em Teresina.



E, como se tratam das três principais datas do Piauí, sugiro que o debate envolva os principais segmentos culturais e educacionais do Estado, especialmente as academias de letras, os institutos históricos, a UBE/PI e as Universidades: Estadual e Federal. E que após o debate, seja feita uma campanha em nível estadual, para que o povo participe de um plebiscito e defina definitivamente qual das três datas deva ser escolhida como o DIA DO PIAUÍ e passe a figurar na Bandeira e no Brasão das Armas do Estado.



Adrião Neto – Dicionarista biográfico, historiador, poeta e romancista.



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