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Artigos-->Uma versão inusitada da crucificação de Cristo -- 28/03/2005 - 19:26 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A morte de Cristo é um dos eventos mais marcantes da história. Há séculos, o homem ouve e propaga a saga do filho de Deus que, na cruz, oferecido como um cordeiro, redimiu todos pecados da humanidade. Impossível não verter lágrimas ao conhecer a história deste redentor, que gerado no ventre de uma mulher abençoada, saiu pela Terra pregando a bondade, confortando almas à beira do suplício físico e espiritual, levando a paz onde existia discórdia.



A história do “Filho de Deus”, intitulado “O Messias”, que preferia dormir ao relento, na companhia dos doentes e famintos, sob as bênçãos de um céu estrelado; que mesmo rei, trajava as vestes mais humildes e não se cansava de ouvir aos seus semelhantes, que não se importava em ofertar suas mãos às almas mais necessitadas nem se humilhar quando o que se estava em jogo era a salvação de um irmão, mexe com a imaginação humana, desperta variadas interpretações, comove e assusta ao mesmo tempo.



Dos mais velhos aos mais novos, a pergunta é sempre a mesma: “Por que ele fez isso por nós? Será que merecíamos tal sacrifício? Somos insensíveis, individualistas, materialistas e, quando o dinheiro está em xeque, passamos por cima de qualquer um, até mesmo de nossos genitores, porque não conhecemos limites, quando desejamos nos satisfazer. Enfim, adoramos pecar! Somos escravos do pecado. Então, por que ele decidiu tentar nos curar, mesmo sabendo que essa suposta “cura” poderia ser tão utópica quanto ao nosso desejo de mudar?”



“Quando resolvi produzir a crucificação de Cristo, tive um encontro comigo mesmo. Passei horas diante do espelho imaginando como poderia pagar pela bondade que ele me fez. Foi aí que, inspirado por mãos divinas, tive a coragem de escrever, dirigir e roteirizar este filme que, diferentemente dos demais, é todo narrado em aramaico, a língua oficial daquela época” – comenta Mel Gibson, diretor do cult “A Paixão de Cristo”, à revista Variety, após os primeiros comentários atordoados da crítica especializada.



Assim como a sociedade mundial, Mel Gibson também se perguntou o por quê de tanta bondade. As respostas nunca chegam de uma mesma forma, até porque, aos fracos de fé, dificilmente as palavras de Deus soam como milagres.



Contrariando todas as previsões, como se fosse uma resposta aos anseios de Mel Gibson e de milhares de pessoas que não entendem tanta benevolência em um único ser, mesmo sendo ele o dono do Céu e da Terra (será por que estamos acostumados com a mesquinharia dos abastados deste mundo, que se fecham para bondade ao ficarem cada vez mais ricos?) “A paixão...” entrou para a lista dos filmes mais vistos dos últimos tempos. Na pele de Jesus, Jim Caviezel, considerado um simples ator norte-americano até então, transportou-nos para uma era dominada pela tortura e descrença. Como não se arrepiar com os golpes que lhe eram atirados e com o desprezo de um povo a quem ele apenas ofereceu “esperança”? Como não se indignar com a surra que levara ao som de que Barrabás era mais digno da salvação do que o filho daquele que os criou?



O filme mexe conosco porque, mesmo após milênios, permanecemos inalterados em essência. Somos tão incrédulos e pecadores como outrora! O horror vivido por Cristo é um tapa em nossa cara, por isso nos choca, angustia, desperta medo... Mais medo nos dá ao saber que não mudamos nada! A história de Cristo, para a ira dos céticos, é viva, corre em nossas veias, desafia a ciência, levando intelectuais ao abismo da escuridão...Seus desígnios estão relacionados à criação da vida, portanto, são indecifráveis. Cabe-nos apenas rememorar sua dor, aprender com seu amor, glorificar sua ressurreição, pedir perdão por nossos erros, tentar melhorar um pouco do que somos.



É justamente isso o que faz uma comunidade de São José do Rio Preto, onde estive no último final de semana, a convite da universidade em que estudo. Assim como Mel Gibson decidiu sair a campo e levar sua fé além das fronteiras dos estúdios hollywoodianos, a paróquia Sagrado Coração de Jesus, liderada pelo pároco Leonildo Isaoro Pierin, tinha como certeza o seguinte objetivo: contar a versão da paixão, todavia de modo diferente, distante das encenações piegas e das interpretações carregadas a que estamos acostumados.



No comando de uma equipe de 60 figurantes, todos moradores da região, ele resolveu montar um microfilme, a partir de outras produções do cinema internacional, de modo que representasse a versão oficial da crucificação segundo o evangelho. Para compor a produção, foram recortadas a introdução de Jesus de Nazaré, de Franco Zefirelli, a argumentação de Jesus, minissérie italiana transmitida pela Rede Globo de Televisão no ano passado, e a conclusão do consagrado A paixão de Cristo, de Mel Gibson. Um telão foi levantado em um estádio local, assim como seis cenários, por onde passaram os atores durante a apresentação. Ao invés da decoreba, optou-se pela dublagem que, diga-se de passagem, deu um show na equipe da Herbert Richer - empresa responsável pela dublagem de grande parte dos enlatados da tv brasileira.



Os portões foram abertos às 19h00. Em poucos minutos mais de duas mil pessoas aguardavam a apresentação. Pontualmente às 19h30, iniciou-se o evento. Conforme as cenas eram anunciadas, as luzes dos cenários se acendiam. A mixagem causava espanto pela perfeição. A história seguia à risca a tradicional, entretanto, o ápice estava reservado ao momento em que as crianças, armadas com metralhadoras, ao invés de adultos, guerreavam pelo mundo, numa alusão ao futuro perdido - mencionado pelo diabo - por quem o Deus-Filho se entregaria ao sacrifício.



“Nossa intenção foi evangelizar com criatividade e comprometimento, vivenciando a história sagrada da crucificação e ressurreição, utilizando-se de todos os recursos tecnológicos disponíveis na atualidade. Esperamos tocar os corações de todos, na esperança de que a fé em Cristo não seja apenas momentânea, ascendida apenas por atores que encenaram sua dor; mas eterna como o tempo e a vida...” - comentou o padre, após a apresentação, em seu escritório, a este educomunicador.



“Adorei ter participado da encenação, porque tive a oportunidade de sentir na pele a dor de Cristo e daqueles que foram perseguidos por acreditarem em suas doutrinas. É uma emoção inesquecível! “- disse Maria das Graças Cavalli, coordenadora da Rede Comunidade da Capela de São Matheus, intregrante da respectiva paróquia.



* Texto de autoria do educomunicador Carlos Rogério Lima da Mota. E-mail: carlos.netkids@bol.com.br .









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