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Infantil-->AS CRIANÇAS E AS NUVENS -- 02/05/2007 - 16:01 (MARIA HILDA DE J. ALÃO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




AS CRIANÇAS E AS NUVENS
 
Maria Hilda de J. Alão.
 
 
Quando Jesus era criança e vivia no Egito, ele tinha muitos amiguinhos da sua idade. Eram meninos e meninas que moravam vizinhos à casa de José e Maria. Para os pais de Jesus, aquela amizade era muito boa já que eles tinham vindo de Nazaré e eram, ali, estrangeiros. Não queriam que seu filho fosse solitário, queriam que tivesse uma infância normal, sadia, pois sabiam a grandeza do destino que aguardava o menino.

Uma das brincadeiras preferida de Jesus era olhar para o céu azul cheio de nuvens branquinhas como flocos de algodão e dizer:

- Faça-se um carneirinho!

E a nuvem virava um carneiro lanoso pastando no céu. Os amigos de Jesus adoravam e pediam mais:

- Agora queremos um coelho...!

E záz. Jesus apontava o dedinho para o alto e as nuvens esculpiam um coelho em desabalada carreira, depois um cavalo, um cachorro, um passarinho, uma garça e uma imensa serpente.

- Veja, Jesus, aquela montanha lá no horizonte! Que tal colocar um chapéu no topo dela? - pediu uma menina de tranças.

Dedinho pra cima e as nuvens foram se movimentando em círculo, fazendo um grande chapéu no topo da montanha.

- Legal, legal! – diziam todos ao mesmo tempo – Como você faz isso?

- É só deixar a fantasia trabalhar. Quando ela é pura e boa a gente vê tudo. Mas vocês devem aprender uma coisa: não vivam somente de fantasia. A realidade é a base de construção de uma vida. Por isso quando ficarem adultos não passem seus dias só sonhando com carneirinhos, corram atrás deles para formar seus rebanhos de verdade com sabedoria e justiça.

Da janela da cozinha, Maria olhava o filho falando com as crianças atentas ao que ele dizia. E chamou José para vê-lo.

Um dia, tendo Jesus à frente, as crianças foram brincar perto da floresta que era famosa pela grande quantidade de lobos que morava nela. As mães sempre advertiam seus filhos do quanto era perigoso brincar por ali.

- Não cheguem perto da floresta por causa dos lobos... eles são ferozes.

Mas naquele dia eles nem se lembraram das recomendações de suas mães. Queriam catar as frutinhas vermelhinhas que nasciam numa árvore baixinha para comê-las, pois como Jesus dizia, “o fruto que se colhe com as próprias mãos tem melhor sabor”. Estavam todos distraídos quando ouviram um rosnar forte. Era um enorme lobo com a boca arreganhada, dentes afiadíssimos, pronto para pular em cima das crianças. Foi aí que Jesus largou no chão as frutinhas e caminhou na direção do lobo. Seus amigos ficaram tremendo. O que iria acontecer? Não tinha adulto por ali para ajudar. - Não vá Jesus...! – disse a menina de tranças. Ele continuou andando. Tão pequeno, seis anos, que coisa poderia fazer para espantar o lobo?

E, de repente, as crianças viram o animal se abaixar e se deitar como faz o cão. Então Jesus sentou-se ao lado do lobo e, acariciando-lhe a cabeça, chamou os seus amiguinhos:

- Venham, ele não fará mal a ninguém.

As crianças foram se aproximando receosas e em poucos minutos todos brincavam com ele. A menina de tranças perguntou a Jesus:

- Como fez o lobo virar um cachorrinho?

- Ele não virou um cachorrinho. Continua o mesmo lobo feroz, só que ele ouviu a voz do meu pai que acalma as tempestades e as feras.

- Se o seu pai está trabalhando na marcenaria, como que o bicho ouviu a voz dele? – foi o que perguntou o garoto sardentinho querendo duvidar.

E toca Jesus a falar do seu Pai das alturas que não era só dele, era de todos os homens, de todos os bichos, de tudo que existe no universo. E um dos meninos, para brincar com Jesus, perguntou:

- Ele pai desta formiguinha que está subindo na minha perna?

- Claro que é! Eu disse de todos os bichos incluindo insetos, tudo, tudo mesmo...!

Depois de um tempo, o lobo se levantou, lambeu as mãos de Jesus e foi entrando, muito calmo, na mata fechada. As crianças ajudaram Jesus a recolher as frutinhas do chão e pegaram o caminho de volta, pois já estava quase escurecendo. Já haviam andado um bom trecho quando o menino sardentinho perguntou:

- Gente, cadê Jesus?

Ele não estava andando com os amigos. Será que havia se perdido? Isso não. Ele conhecia bem a estrada, aliás, todos eles conheciam. Então as crianças voltaram para procurar Jesus, e foram encontrá-lo num desvio da estrada por onde corria um pequeno regato.

- Que susto...! disseram todos juntos – Por que está aqui...?

E Jesus, com um ramo de flores brancas na mão, respondeu sorrindo:

- Colhendo flores para minha mãe... Vocês deviam fazer o mesmo...

E naquela alegria que só as crianças têm, elas seguiram o conselho de Jesus. Colheram flores para suas mães que os esperavam para o jantar depois de uma tarde de muita brincadeira.
 
01/05/07.
(histórias que contava para o meu neto)

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