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Artigos-->COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA-CPLP -- 28/05/2005 - 22:27 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


LÍNGUA PORTUGUESA E COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA



João Ferreira

2005







Quando falamos de Língua Portuguesa, não podemos deixar de falar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP), fundada em 17 de julho de 1996, que é, cultural e politicamente como instituição, o elo de união dessa grande comunidade..



Antes de mais nada seria importante dizer que a Língua Portuguesa é de todas as comunidades e indivíduos que falam o português. Não é de ninguém, em especial, mas sim das comunidades e dos indivíduos que a falam. É patrimônio de cultura de todos. Fernando Pessoa já dizia: “Minha pátria é a Língua Portuguesa”. Hoje em dia, Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste falam oficialmente o português e formam, por isso, a chamada Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP). Todas estas oito comunidades têm o português como língua oficial. A constituição brasileira declara como língua oficial da nação brasileira a língua portuguesa. Não existe, por isso, nem língua brasileira, nem língua lusitana, nem moçambicana, nem timorense nem angolana nem guineense, nem santomense, nem caboverdeana. Há apenas Língua Portuguesa. Dentro do sistema lingüístico comum, há falares, modos de expressão, variantes dialetais próprios de cada região. Há falares brasileiros, há falares portugueses, falares moçambicanos, falares angolanos, falares caboverdeanos, falares timorenses, falares são-tomenses, falares guineenses. A língua é o sistema. E o sistema abrange todos os falares de base portuguesa, incluindo crioulos.



O Brasil é um país essencialmente multicultural. E é pelo peso da cultura e do modo brasileiro de entender a língua que existe uma Norma Brasileira de Língua Portuguesa oficializada no ensino da Língua Portuguesa . Como também há uma norma lingüística para cada país da CPLP dentro da estrutura fundamental da Língua Portuguesa. Ou seja, há uma norma moçambicana de Língua Portuguesa,uma norma lusitana de Língua Portuguesa, uma norma timorense de Língua Portuguesa e assim por diante. Nas escolas, para o ensino do português temos também uma Nomenclatura gramatical brasileira. Mas não confundamos. Para todos os países da CPLP há o português básico comum, no que diz respeito a estruturas básicas e ao léxico básico. Quando você pergunta: “que horas são?”, esta proposição é entendida no Rio de Janeiro, em Lisboa, na cidade de Huambo em Angola, na cidade da Beira em Moçambique, em S. Tomé, em Bafatá na Guiné-Bissau ou em Dili, Timor, ou na cidade da Praia, em Cabo Verde. Todos os falantes da língua entendem a pergunta. E se alguém disser que um determinado sujeito é "um malandro”, todos os falantes vão entender o que é um malandro. São estruturas básicas da língua. Elementos comuns. Como vão entender também quando no mercado alguém diz “isto é muito caro, isto é muito barato”. Como vão entender quando alguém diz avião, carro, navio, ar, água, café, batata ou arroz, frio, calor, amizade, amor, nos oito países, toda a comunidade de língua portuguesa vai entender. Isto é língua. Agora as diferenças não só caracterizam a modalidade regional mas enriquecem também a língua, enquanto variações dentro do mesmo sistema. Dizer “bonde” no Brasil ou dizer “elétrico” em Portugal, dizer “ônibus” no Brasil, “autocarro” em Lisboa ou “machimbombo” em Angola, Moçambique ou São Tomé, não significa que há duas ou três Línguas, mas simplesmente que há variações lexicais. Estas variações dão-se até dentro do mesmo país.Mandioca, aipim, macaxeira são variações lexicais da mesma planta mandioqueira em terras brasileiras. Existem no Brasil dicionários de variações lexicais e estruturais de norte a sul. Dicionário de Porto-alegrês, por exemplo. É um livro publicado recentemente. Mostra os termos que se usam em Porto-Alegre, no Rio Grande do Sul, os quais muitos deles são desconhecidos dos demais brasileiros que não são da cidade de Porto Alegre ou dos que não são gaúchos. Antepor ou pospor o pronome, como: “me dá uma xícara de café”(português do Brasil) ou “dá-me uma xícara de café”(Portugal), não indica diferença de língua, mas apenas variações lingüísticas que não alteram o sentido linguístico da enunciação. São estruturas secundárias que dão variedade e beleza.



A língua é uma só. As diferenças regionais são variantes. O português do Brasil é uma variante, o português de Moçambique é uma variante dentro da língua básica portuguesa, o português lusitano é uma variante...e por aí adiante. Todas as comunidades, falando a mesma língua têm suas variantes em relação ao português fundamental. Não confundamos variante ou dialeto com língua propriamente dita, enquanto sistema global de expressão.



João Ferreira

28 de março de 2005

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