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Artigos-->CARTA SOBRE A TOLERÂNCIA -- 16/06/2005 - 23:16 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA SOBRE A TOLERÂNCIA

de John Locke(1632-1704)

João Ferreira

16 de junho de 2005





Em nossa sociedade brasileira atual há muita necessidade de reflexão sobre a tolerância. Nunca serão demais as leituras dos grandes mestres que aprenderam e lutaram por idéias de convivência democrática em épocas tumultuadas quando os cidadãos eram constrangidos e vigiados pelos regimes monárquicos absolutistas ou pelos rigores da inquisição e pelo radicalismo de mentes estreitas. No nosso caso brasileiro, depois de atravessarmos os períodos do nazismo hitleriano e do fascismo de Benito Mussolini, a nível internacional e do Estado Novo e da ditadura militar, em nível doméstico, estamos hoje em pleno clima de ideologias e ditaduras confessionais, muitas vezes reduzidas a um cartilhismo básico indigesto que aprisiona as mentes das pessoas simples e reduz a religião oficial a um primarismo muito próximo do fundamentalismo talibã ou xiíta existente em alguns países muçulmanos. No plano político vivemos constitucionalmente uma democracia. Mas na vida real, há algo que por vezes nos dá mais a aparência democrática do que a própria democracia. E isto porque as pessoas não são educadas na tolerância nem no respeito pelo pensamento do outro, dentro dos princípios dos direitos humanos da opinião livre e do respeito à formação da consciência. As ideologias fervem e fervilham, e nas esquinas surgem muitos reis e príncipes de toga política ou religiosa que se arvoram em mestres e donos da verdade, mas pofundamente intolerantes e sem bases doutrinais.

Em nossa sociedade atual, multiplicam-se os autoritarismos políticos,educacionais e religiosos. Sendo assim, nunca é demais voltar à leitura dos grandes mestres, símbolos do pensamento das grandes teses libertárias da humanidade. Entre esses mestres, está, sem dúvida, o inglês John Locke (1632-1704), um dos grandes filósofos europeus do século XVII. É autor de uma "Carta sobre a Tolerância". Essa carta muitas vezes publicada na Inglaterra e nos Estados Unidos ao longo dos dois últimos séculos nem sempre foi veiculada de acordo com a edição original latina "Epistola de Tolerantia", que apareceu em Gouda em 1689, e para a qual dispomos de uma tradução em Língua Portuguesa.

No tempo em que essa carta foi publicada, a questão da tolerância estava no centro dos debates dos homens de letras, dos filósofos e dos teólogos não só na Holanda como na França, Inglaterra e outros países. Nesse tempo, Henri Basnage, publicara em Roterdão o Tratado da tolerância das religiões.Mas o debate já vinha de antes através da ação de Pedro Bayle, que advogava o direito de opinião, e sobretudo o direito de as pessoas terem suas convicções sem forçar a consciência.

A carta de Locke sobre a Tolerância tem todo um contexto na Inglaterra e na Europa. É esse contexto que melhor a explica.

Dentro do problema religioso, Locke advogava que a tolerância é o principal critério para sabermos onde está a verdadeira Igreja. Diz ele: “Podem uns vangloriar-se da antiguidade dos lugares e títulos ou do esplendor do culto, outros da reforma de sua disciplina, e todos em geral da ortodoxia da sua fé. No fundo, cada qual é ortodoxo a seus próprios olhos. Estas e outras coisas do mesmo gênero são mais características da luta dos homens pelo poder e autoridade do que sinais da Igreja de Cristo. Quem tudo isto possui mas carece da caridade, de mansidão e de benevolência para com todo os homens em geral, mesmo que não professem a fé cristã, ainda não é cristão."









Consulte: LOCKE, John. Carta sobre a Tolerância. Trad. Portuguesa. Lisboa: Edições 70, 2002, p.89

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