Na catedral, enquanto os fiéis compenetrados fazem fila para a comunhão, o homem modesto ergue-se com as mãos postas e caminha firme para o altar. Sua fisionomia é um emblema de fé. A fé não precisa de cultura, ela vem de dentro da alma, de um sopro espiritual, de um fervor que a gente nem bem sabe explicar, pois talvez seja mesmo um dom do Espirito Santo.
E eu fico olhando demoradamente aquele homem do povo, mal trajado, simples, porque os humildes são os mais contemplados com o toque da piedade divina, porque Deus é um rei sem exércitos visíveis, sem tronos materiais, sem pose, sem pompa. Quem pode, que tem o imenso poder de controlar o mundo, na verdade,não precisa de jactâncias, de demonstrações de força. Sua grande força está no amor imensurável pelos seus filhos.
E eu não perco de vista o homem modesto, o filho de Deus que marcha firme para a comunhão. Depois de receber a hóstia, seus olhos se fecham e seu rosto se descontrai e ele parece sorrir de felicidade. E passa silente bem a meu lado e vai para o seu canto distante, consciente de que recebeu o Deus vivo no seu coração. Que Deus esteja com ele e com todos os homens de boa vontade |