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Artigos-->O professor, seu compromisso e os sindicatos -- 11/11/2005 - 23:57 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Creio que tenha sido em 1994 que por alguns meses dei aula no Centro Educacional 02 do Gama, uma cidade-satélite de Brasília. Eu lecionava Geografia para o 3º ano do 2º grau noturno.



Naquele ano houve uma greve dos professores do Distrito Federal, que não durou muito, cerca de 20 dias, organizada pelo SINPRO-DF. A imprecisão dos dados é porque não achei mais detalhes na página do SINPRO-DF. Acabada a greve tínhamos que resolver como seria a reposição de aulas.



Numa reunião de professores, funcionários e estudantes ficou acertado que a primeira reposição seria no sábado seguinte, mas não seria aula, seria uma limpeza da escola feita por professores e alunos e cada um levaria o seu material (vassoura, rodo, balde, sabão etc). Fui contra a idéia, alegando que no vestibular e outros concursos não caem perguntas sobre quem lava ou varre melhor, deveríamos dar o conteúdo das matérias. Me chamaram de antipático (em tom jocoso), fui voto vencido e acatei a decisão.



Tudo bem se no sábado combinado apenas eu e minha vassoura não tivéssemos comparecido. Costumo me referir àquele dia que “fui o único idiota a aparecer”.



Este assunto me veio à lembrança porque em 2004 houve uma greve de cerca de 40 dias e Diego, um jovem de 17 anos, que estudava numa escola pública do Setor O, outra cidade-satélite, se queixou da reposição de aula. Ele alegava que os professores nunca iam aos sábados e que nos dias de aulas com horário nunca ficava ninguém, nem professores nem alunos.



Isto me veio à memória porque, apesar dos pesares, os professores do Distrito Federal são os mais bem pagos do país – parte dos recursos vêm do GDF e da União, é comum ouvirmos de pais e colegas o descrédito, quando o assunto é greve dos professores. Paira no ar uma nuvem cinzenta de que as greves são desnecessárias, de que as aulas não serão repostas, de que os professores estão exagerando, de que o Sindicato cede ao primeiro cargo oferecido pelo Governo local e outros de ques..



Uma coisa se tem certeza, nenhuma categoria profissional tem poderes reivindicatórios, se ela estiver desacreditada perante a opinião pública. E o não cumprimento de acordos é primeiro passo para o descrédito.



Existem no Brasil 301.647 médicos¹, 70.000 jornalistas² e 357.614 rurais e 1.988.898 nas cidades, professores³ do ensino fundamental e médio. Como se vê, os professores são em maior quantidade e, apesar disso, é a classe que não tem redução de horário de trabalho. Médicos trabalham 20 horas semanais, jornalistas 30 horas semanais. Os professores trabalham 40 em sala de aula e outras tantas em casa. Não cabe a discussão porque estas profissões têm 20 horas. Parte-se do princípio que nenhuma categoria é mais importante ou imprescindível que a outra. Então se pergunta, por que os professores não as têm, se estão em maior número?



Cremos que se trata da nacionalização da profissão, os médicos que são representados pelo Conselho Federal de Medicina e os Jornalistas pela Associação Brasileira de Imprensa. Por que estes profissionais conseguem vantagens? São mais importantes? Não creio. São tão necessários quanto os professores. A diferença é que são representados por um único órgão em nível nacional.



Já os professores do ensino fundamental e médio, não têm representatividade nacional. Por isso cada Estado ou Município cuida da educação como melhor lhe convém. O único órgão nacionalmente reconhecido é a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação – CNTE, que cuida dos trabalhadores da educação. Em nível universitário, não existe um órgão olhando pelos “trabalhadores da educação”, para eles existem a ANDES, ANDIFES que cuidam dos professores, a UNE que representa os alunos e a FASSUBRA que cuida dos interesses dos servidores administrativos. Todas essas instituições atuam em nível nacional.



Quando há reivindicações ou greves nas universidades, cada sindicato cuida do seu segmento. Não há greve estadualizada, há greve nacional. Além do que, é comum um segmento entrar em greve e os outros continuarem trabalhando, ou se solidarizarem no mesmo movimento para fazer suas reivindicações.



Diante disso, não seria hora de abrir a discussão para a criação de Confederações por categorias? Uma Confederação para os professores, outra para os alunos (hoje existe a UMESB) e, aí sim, outra para os trabalhadores na educação. Essa possibilidade só existe se houver a federalização da educação fundamental e média.



























¹ http://www.portalmedico.org.br

² Um amigo jornalista e sindicalista

³ http://www.inep.gov.br/



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