Reflexões Sobre a Coreografia da Habanera na Dança Cigana
A professora Cecília Vela criou uma coreografia de Dança Cigana para a Habanera de Carmen, escrita por Bizet.
O enredo desta ópera fala sobre uma cigana chamada Carmen que é disputada por um militar e por um toureiro. Mas, como se trata de uma tragédia ela é assassinada pelo militar, no meio da rua, bem no final.
Para elaborar a coreografia desta Habanera, a professora Cecília Vela usou lenços e passos suaves, que analisaremos abaixo:
Primeiro a bailarina ergue o lenço, ao alto, em posição de oração. Depois a dançarina levanta, de cada vez, a ponta do pé sem sair do lugar, contando três vezes. Após algum tempo ela sai do lugar, e na contagem do número quatro, ela levanta uma das pernas com o pé para baixo e avança uma posição em diante. A professora fez esta parte da coreografia inspirada numa cena da ópera Carmen, onde o toureiro entra na arena de Sevilha montado num cavalo nobre de raça. Este animal caminha com passos suaves e elegantes através de compassos harmoniosos, que comandam o mesmo ritmo da Habanera. Então, os passos da bailarina representam o trotar suave e elegante do cavalo.
Depois de mostrar elegância com os pés, a dançarina abre o lenço demonstrando leveza, suavidade e sedução, em várias posições com o véu, como se fosse a própria Carmen tentando conquistar os seus pretendentes. Após isto, a bailarina faz passadas com o lenço. Depois ela faz referências ciganas e giros com o lenço. A dançarina baila com o lenço até fazer ele cair no chão, para trás, suavemente. Depois ela baila num vai e vem, mexendo a saia, na parte da frente do lenço. Após isto, a dançarina faz a mesma coisa na parte de trás, ajoelha-se e faz referência ao véu. Nesta parte, ela representa a cigana Carmen quando morre. Após isto, ela levanta, gira com o lenço e acaba a coreografia numa espécie de referência cigana representando a cigana Carmen que permaneceu viva em nossos corações.
Afinal, a estória da Carmen de Bizet nos lembra a lenda da Maria Bueno, que era descendente de ciganos com negros. Assim, como Carmen, Maria foi assassinada, também no meio da rua, por um militar que a disputava com outro homem.
Luciana do Rocio Mallon
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