O gosto pela leitura
maria da graça almeida
Quanto menor a criança, menor o tempo de concentração.
Ainda não alfabetizados, realizávamos com os alunos de pouca idade a leitura dramatizada, pois garantíamos com a atividade uma melhor resposta por parte dos alunos.
E, assim trabalhados, bem cedo, foram acostumando-se à prática, que passou a traduzir um momento de grande expectativa e diversão.
Além de assistirem às cenas representadas pelo professor, participavam ativamente da história e apreciavam a liberdade e o espaço conquistado para suas inferências e interferências.
Enquanto da dramatização, sempre trazíamos às mãos o livro que apresentava o texto, mesmo já o tendo na memória. O ritual era mantido para que os pequenos, constantemente, visualizassem o objeto tradutor das situações prazerosas.
Quando iniciados na leitura, já com os livros de sua escolha ou, sutilmente, por nós sugeridos, era perceptível seu empenho para a compreensão do conteúdo, tal como visível a emoção que se desprendia dos olhinhos que os levavam muito além do que permitiriam as poucas pernas.
Acompanhando o desenvolvimento das crianças, sentíamos que os grupos não submetidos ao laboratório mostravam-se menos dispostos aos livros e, como conseqüência, tinham mais dificuldade de expressão e a criatividade menos desenvolvida.
A escola e o orientador de estudos têm um papel importante no envolvimento da criança com a leitura, porém os pais não se podem furtar ao compromisso da formação de tão necessário hábito.
O objetivo é fazer com que as crianças leiam mais e escrevam melhor.
O gosto pela leitura adquire-se lendo e o da escrita, escrevendo.
Maria da Graça Almeida
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