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Cartas-->Mesmice -- 30/05/2002 - 10:49 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mesmice
maria da graça almeida

Tola, deixa-se sentar à mesa de um bar,

onde apenas a suportam ou, fingem que.

As costas doem-lhe, também ombros e cabeça.



À medida que decresce o líquido dos frascos,

cresce no salão, o burburinho dos fracos.



Enquanto as garrafas, no fluidificar

melancólico das almas, rapidamente se esvaziam ,

também ela esvazia-se, constatando a morbidez

da insatisfação, afogada no torpor

inevitável do álcool.



Quando transparente o copo,

já em casa, obriga-se ao ressoar

de um sono etílico, anestésico,

num leito dividido, que, literalmente,

divide, não compartilha.



Amanhecendo, vem-lhe o dia vagabundo,

mesmo desperta, indolente, inda dorme

e de solidão embriaga e consome-se.



Tão-só tem a si como confidente

e nem sempre se faz boa ouvinte.

De suas pretensas verdades,

já conhece os detalhes.

A quietude interior, então, é vasta e só

os ruídos exteriores não mais lhe bastam.



Diminui-se. Faz-se pouca.

Permanece no lugar comum.

Todos rumam para outros lugares,

ela sai de si, para si.



Dialoga consigo um discreto monólogo e

odiando e amando-se, cega, absoluta,

volta-se à mesmice.

As conquistas, ainda que pequenas,

absorvem-lhe o ser todo mortal.

Pressente tênue a fronteira

entre a banalidade e a profundidade,

a vulgaridade e a nobreza.



Aí, perplexa, perpetua-se emudecida

tal qual ilha deserta, casa fechada,

tal qual trilha incerta...

......................................................................

Tola, deixa-se sentar à mesa de um bar,

onde, apenas, suportam-na ou, fingem.

As costas lhe doem, também ombro e cabeça.

À medida que decresce o liquido dos frascos,

cresce no salão, o burburinho dos fracos...

maria da graça almeida

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