Usina de Letras
Usina de Letras
280 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62169 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50575)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4755)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->De quem é o voto? -- 12/04/2006 - 09:31 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É comum ouvir alguém dizer que “deu” o voto para o político Fulano de tal. O professor diz que “dá” aulas (há quem diga que é por isso que professor ganha pouco, ele dá aulas, não as vendem). O rapaz apaixonado diz que “deu” o seu amor à moça. Ora, se ele deu, ela pode fazer desse amor o que bem entender, pode até dá-lo a outro. Não cabe discutir as inflexões do verbo “dar” nestas circunstâncias. Todavia, no caso envolvendo eleitor e político o assunto toma rumo interessante.



Quando se dá algo a alguém, diz o bom senso que não se deve cobrar o que a pessoa vai fazer com o objeto ganhado. Partindo deste princípio, o eleitor não deveria cobrar o voto que deu ao político. Não é assim! O eleitor, a bem da verdade, não dá no sentido restrito do verbo. Ele cede o seu voto para que o político concretize os sonhos de uma vida melhor. O eleitor espera que o político transforme suas esperanças em algo útil, palpável e que realize as promessas de palanque. Aqui o voto se aproxima de uma procuração, e nenhum outorgante espera que o seu procurador o decepcione.



O eleitor não dá o seu voto, troca-o por promessas de campanha, de melhoria de vida para si e sua cidade. Como é uma troca, deve haver o toma-lá-dá-cá, pois as duas partes dão. Se o político recebe o voto e não o retribui à expectativa e à altura do que foi o prometido, então deveria devolvê-lo ao eleitor. Renunciar ao mandato seria a maneira mais justa, uma vez que se declarar incompetente para o cargo é o gesto mais nobre de um profissional.



Se a finalidade do voto não foi atingida, cabe ao eleitor cassar o direito de o político continuar a representá-lo. O voto só é do político se ele corresponder às expectativas do eleitor, caso contrário, o elo de confiança se quebra.



Mas cadê a autocrítica e a honestidade do político para reconhecer que engabelou os eleitores?



Nas campanhas, os candidatos prometem os chavões de sempre, melhorar a saúde, construir mais escolas, aumentar os empregos... E por aí vai. Com a chegada da internet é fácil acompanhar a atuação dos parlamentares. Nas páginas de Suas Excelências pode-se constatar que alguns políticos não apresentaram sequer um projeto atendendo uma promessa de campanha. Como não dá para ler a alma do político de imediato, pela internet, o eleitor pode analisar a agenda, os discursos e os projetos apresentados. Aí sim conhecerá as verdadeiras intenções do político e poderá acompanhar o que ele está fazendo com o voto que lhe foi confiado.



Quando se vasculha na internet os curricula dos parlamentares, percebe-se que todos são homens e mulheres de estudos aprofundados. Alguns têm mestrado ou doutorado. Antes de chegaram ao Congresso Nacional, já atuavam na política, seja como líderes sindicais, Deputados ou Governadores, seja como Presidente ou Vice-Presidente da República. Além disso, acumulam as atividades políticas com as de empresário, médico, professor, engenheiro, entre outras.



Seja no campo político ou comercial, são profissionais bem sucedidos em seus ramos. Exímios negociadores e com alta capacidade argumentativa. Mas não são excelências em competência. Grande parte, grande mesmo, desses homens e mulheres se perde quando chegam ao Congresso Nacional. Os mais prejudicados são aqueles que perdem de vista as causas que defenderam em suas campanhas. Alguns, ao longo dos anos, não mostram se têm uma causa por que lutar. Promessas de ética são substituídas por práticas antiéticas. O abraço de afago no eleitor vira um peso quando o dono do voto vai ao gabinete. As promessas de luta por uma vida melhor para o eleitor não são nem sequer comentadas nos discursos. Grande parte nunca diz com quais causas são comprometidos. Se atua na oposição, sempre culpará o Governo Federal, se é aliado ao Governo, diz que a culpa é da oposição que não aprova as melhorias para o povo.



Assim, muitos parlamentares passam anos no Congresso sem mostrar nas veias e nos atos a sinceridade das suas palavras e das suas ações.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui