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Artigos-->O político corrupto e a vergonha da família -- 08/05/2006 - 12:59 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lembro-me do ex-Ministro da Saúde no Governo Collor, Sr. Alceni Guerra, que foi acusado e julgado pela imprensa e opinião pública sob alegação de que teria desviado dinheiro da compra de 500 bicicletas e guarda-chuvas para o combate à dengue no Nordeste. Esta acusação teve início, ao que tudo indica, porque o Ministro declarou guerra à dengue naquela região. Atualmente, ele é prefeito de Pato Branco, no Paraná.



Naquela época, por várias vezes, o Sr. Alceni Guerra se disse inocente, e realmente ficou provado, tempos depois, que ele não cometera crime algum.



Mas o que me chamou a atenção foi uma certa entrevista à revista Isto É, em que ele se queixava de que ninguém acreditava que ele era inocente, como também dos constrangimentos sofridos por seus filhos ao acrescentar que: “na festa do Dia dos Pais, Ana Sophia, então com cinco anos, preparou, orientada por uma professora, um presente para mim: um cartaz com recortes de jornais estampando acusações de corrupção contra mim. Vi minha filha desfilar com aquela coisa acintosa diante de um colégio lotado, com um sorriso de orelha a orelha, sem ter a mínima idéia do que estava fazendo. Receber um abraço no Dia dos Pais de minha filha com um cartaz me chamando de corrupto foi a pior coisa que sofri”, relata Guerra no livro A era do escândalo, de Mário Rosa. Já Guilherme, então com 12 anos, foi capa de jornais em foto que mostrava pai e filho sentados no meio-fio, ao lado das bicicletas que usavam num passeio no Parque da Cidade, em Brasília.



E é sobre isso que desejo refletir, do constrangimento da família do corrupto, quer seja ele político, servidor graduado, quer seja o colega que senta ao nosso lado.



É certo que não se discute o orgulho que cada família sente pela atuação retilínea de um dos seus membros. No entanto, quando esta pessoa se desvia da boa conduta ou tem um comportamento incompatível com os princípios da moralidade, esta família sofre e desce ao inferno.



A família sofre até mais que o corrupto. O malfeitor sabe que está praticando um ato ilícito, age com conhecimento de causa. Sabe dos riscos, conhece as punições e, no ato da infração, já tem até os argumentos de sua defesa. E a família que levou a vida em proteger aquele membro corrupto, como fica? E o que ela recebe em troca? Apenas o vexame de ver na imprensa o nome do seu ente querido! Esta família sequer tem voz para se defender, fica totalmente a mercê do dito malfeitor. O seu depoimento não é levado em conta, pois os juízes alegam vício nos depoimentos de parentes e amigos.



No caso do político, a decepção do eleitor é substituída tão logo apareça outro político que faça promessas de vida melhor. Mas para a família é diferente. Aquele que a decepcionou não pode ser substituído, pois não deixará de ser pai, irmão, tio, primo etc.



Por longos anos aquela família será vista e reconhecida como a do político Fulano de tal que desviou, roubou ou mentiu. Já o político corrupto segue sua carreira, e a história tem mostrado que eles voltam a disputar e a ganhar eleições com a maior desenvoltura.



O Conselho de Ética no Congresso e as Comissões Disciplinares nas empresas punem o indivíduo pela má conduta perante o órgão em que trabalha. E quem o pune perante a família e os amigos?



Há quem defenda que os amigos punem abandonando o corrupto. Como é o caso de vários deles que se queixam da ausência dos amigos nestas horas de investigação. Ora, é compreensível que os amigos se afastem de alguém com caráter e atitudes suspeitas. Este abandono é a punição aplicada pelos amigos mas a família não o abandona.

O político corrupto é mal, muito mal. Prejudica quem receberia os recursos, decepciona o eleitor e envergonha a família.

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