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Discursos-->CHORANDO MANAUS!... -- 03/08/2008 - 17:42 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CHORANDO MANAUS!...
Ana Zélia

Filha deste solo, de Ajuricaba, terra cujo nome significa “Mãe dos Deuses”.

Como a Serpente que desperta do sono secular, no cais, no encontro das águas, a cidade cresce a olho nu.
Antes, cidade das florestas, das castanhas e dos seringais, igarapés, ganha ares de modernidade.

Nos aterros, amontoados de blocos de apartamentos, solução quem sabe aos antes alagados em suas margens.

Chora Manaus! Chora teus rios, que circundavam a cidade, pequenos riachos, vivenciados em minha juventude, quantas travessuras, quantos amiguinhos perdidos, afogados nas correntezas amedrontadoras, embaixo dos flutuantes.

_ Quando Manaus haverá outra enchente, tão grande quanto à de 1953?

Será a liberdade aos rios, enquanto o mundo se preocupa em preservá-los,
aqui se aterra os poucos que restam, sufocados em meio ao lixo acumulado há séculos,
transformando-os em moradias populares, centenas de blocos de apartamentos circundam a cidade,
ocupando o lugar onde antes a água corria.
Queira Deus haja segurança, porque outra enchente e sabendo que “água não tem cabelo”,
a catástrofe será enorme...

Chora Manaus, chora a ingratidão dos filhos que te odeiam, por não terem tido oportunidades de terem sequer um emprego, jovens que perambulam sem opção, exterminaram as escolas técnicas, de ofício, que preparavam pro magistério, estamos nas mãos de um Deus muito poderoso, que só destrói os fracos e fortalece os fortes.

A Zona Franca, tão franca que abriu as portas ao mundo, fechou-se a eles, a nós. Muitos alimentam o sonho de partir pra outros países, em busca da riqueza concentrada.
É a mão de obra barata, é a prostituição anunciada, é o tráfico de drogas.

Chora Manaus, a invasão de tuas terras, por brasileiros e estrangeiros de outras plagas que encontram aqui o “Eldorado” das Amazonas, que enfraquecidas, viraram lendas, nem lutam.

Ah! Manaus! Choro os filhos que diuturnamente me afrontam e dizem que te odeiam porque nada destes a eles, que me odeiam por teimar em não deixá-los partir, seria morrer ou me igualar às serpentes, que vão deixando os filhos pelos caminhos para que sobrevivam sozinhos...

_Culpa tua ou minha?

O problema é que eu te amo e como filha de “Ajuricaba”, o “Caudilho da selva”, o índio guerreiro que após mil escaramuças, preso e algemado, preferiu atirar-se às águas do Negro que ele tanto amara a ser escravo.

A “esfinge” que ameaçava com a frase: “Decifra-me ou te destruo”, chora hoje, pelas ruas da cidade, vivenciando cada passo tua grandeza, beleza e num contraste, tua própria destruição.

Manaus, 15.04.2008
À minha querida Manaus que parece bela, mas aos poetas, causa preocupação, já vimos muitas misérias, enchentes terríveis.




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